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sábado, 27 de novembro de 2010

A furiosa mãe de um filho com tdah


Venho por meio desta esclarecer, que Sim, ando furiosa. Saber hoje que meu filho é TDAH ( transtorno de déficit de atenção e hiperatividade ), e saber que, por isso : "Um grande n.º de outras dificuldades a longo prazo tem sido associadas com relações negativas com seus pares na Infância, incluindo um maior risco de desenvolvimento de uma condição comórbida ( ex. : depressão, ansiedade ), abuso de substâncias, comportamento delinquente ou criminoso, e instabilidade no trabalho. Resumindo, as crianças com TDAH que também apresentam desadaptação social,


quando comparadas com outras crianças com TDAH que não são rejeitadas pelos seus pares, carregam um fardo psicológico maior, que as predispõe a dificuldades em várias áreas através da idade adulta ( e durante toda a vida )”.



A partir disso, começa a correria!! Psicóloga, neurologista, exames, dificuldade em lidar com os efeitos colaterais da medicação, aulas de reforço escolar, ufa!! E ouvir, do colégio onde seu filho estuda que você "tem que dar um jeito nele", e "não queremos mães mal educadas neste colégio", etc. , me leva a seguinte pergunta: uma mãe pode ficar furiosa por se sentir abandonada e saber que seu filho, muito amado, inteligente, só que "meio atrapalhado", tem que ficar trocando de colégio para ver quem o aguenta ?


Por que todas as mães de crianças TDAH passam por isso? Por que, quando eu ainda não contestava o colégio, nunca fui "convidada" a levar meu filho pra outra instituição, mesmo ele não se adaptando ao colégio ? E agora, após o diagnóstico de TDAH, no primeiro problema, fazem de tudo para que eu tire o meu filho do colégio, inclusive com ataques pessoais ? Sobre o parágrafo acima, gostaria de entender: por que, quando eu ia ao colégio, todos os funcionários sabiam quem era meu filho, não pelo ruivo do seu cabelo, mas sim, por ser desastrado, etc, e ficavam comentando nas minhas costas? Por que viviam os professores reclamando e nenhuma boa alma me apareceu para dizer que seria boa a ajuda de um psicólogo ? Por que, das várias vezes que conversei com a coordenadora Margareth sobre levar o Felipe ao psicólogo ou se ela não achava que ele tinha algum problema, simplesmente me dizia: ora mãe, não é para tanto! Basta ser mais firme! _ E eu dizia: Mais??? Como??? Passei 12 anos tentando descobrir o problema e muitos profissionais ( de escolas ) diziam que “quando ele crescer vai amadurecer”... Ok, eu já sei, que muitos profissionais estão despreparados, etc, mas... Não haverá aí também uma acomodação desses profissionais em fórmulas antigas, ultrapassadas, etc? Mas aí apareceram as crianças com problemas... Os arcaicos, podem dizer: Maldita inclusão!!!! ( E eu digo: Bendita seja!!! )

Antigamente a população era menor, as pessoas tinham pouco acesso à informação e a vida era mais fácil ... assim dizem... Já sei que, segundo todos os que conhecem bem esse transtorno, o problema sempre é da criança e dos pais. Todos estes profissionais lamentam o fato de nós, pais e os portadores de TDAH, passarmos por isso. Não estou me fazendo de vítima, ao contrário. O que eu gostaria de saber é: e quando alguém é vítima de um TDAH, o que dizer à vítima? Sim, sou uma mãe furiosa.

Além de mãe furiosa, agora sou também, a secretária que cuida da agenda do meu filho: aulas de judô, aulas particulares de inglês, aulas de reforço de matemática, química, física e português. Minha grande alegria deste ano foi conseguir uma professora de português que se comprometeu em não só dar aulas de reforço para a matéria deste ano, mas também, ajudá-lo a “sair do atraso” de vários anos nesta matéria. Quem for MÃE que me atire a primeira pedra. Mas somente aquelas que forem mães. Às demais, fica somente a minha fúria.

Deus me deu o privilégio da maternidade. Tenho 3 filhos, somente um TDAH. Segundo o Dr. Jobair Ubiratan Aurélio da Silva, neurologista do meu filho, Deus escolhe bem as mães de filhos TDAH. Me sinto uma privilegiada em ter um filho assim. Depois dele, comecei a aprender sobre a hipocrisia, o descaso, o “tudo de ruim”, mas também, o melhor dos seres humanos.

Às que são mães, mas de filhos “que não dão nenhum problema”, digo-vos: tenho duas filhas que são deste tipo, e é como brincar de boneca... Uma alegria só!! Elogios....muitos!!! Professores as adoram, tem muitos amigos, aprendem tudo rapidinho...hummmmmmm, uma delícia!! Mas... e quando o filho apresenta um problema? Claro, a culpa é da mãe!! Mimam demais, não dão disciplina, etc, etc... Um inferno!! Mas... e quando não mimam e dão disciplina?? Claro, não estão fazendo seu trabalho direito!! E quando a criança é TDAH ? .... hum...perguntinha difícil, já que hoje em dia já não se pode dizer que isso é uma invenção dos pais pra não educarem seus filhos... (CID 10: F90.0 ).

TDAH , apesar de nos cobrar doses enormes de paciência, não é um “bicho de 7 cabeças”. Mas, se pensarmos que parecemos “bichos de 7 cabeças” para essas crianças, a coisa muda. Segundo todos os especialistas que lidam com portadores deste transtorno, SIM, eu tenho todo o direito de estar furiosa!!! EXIJO que os profissionais da educação se enterem do que é TDAH, para saber como lidar com ele, para que assim, deixemos de ser “bichos de 7 cabeças”. Agora que todos já sabem quem eu sou, pelo meu “comportamento” na escola, digo que era essa mesma a minha intenção: SER COMENTADA.

Além de mãe furiosa, não sou conhecida por ser super protetora, muito pelo contrário: sou uma mãe, tia, prima, irmã, filha, sobrinha, neta, bisneta, cunhada e vizinha que não gosta de bate- boca. Isso mesmo! Me chamam de obstinada (nem sempre sendo como um elogio), aquela que resolve as situações quando os demais envolvidos também anseiam por ela. A família do meu marido é bastante numerosa (são 10 irmãos). Não havia muito diálogo entre eles, mas sim, muitas reclamações. Hoje, o Natal, e muitas datas comemorativas, acontecem na minha casa. Detalhe: é uma família japonesa. Por incrível que pareça, não há intrigas, disputas, mas há sim, muito carinho entre os cunhados/cunhadas e aproveitamos nosso tempo juntos, para brindar à vida, pelo prazer que nos dá em nos reunirmos, fazermos parte da vida uns dos outros, fazendo aquilo que Jesus nos ensinou: Amarmos uns aos outros. Sabe quem tem o mérito por isso? TODOS nós. TRABALHO DE EQUIPE. SENSO DO DEVER . A consciência de sermos o exemplo maior dos nossos filhos.

Toda linda história de amor nem sempre tem um lindo começo. Depende dos corações que batem dentro de nós. Eu tento sempre sentir “onde aperta o sapato “ no outro. Quando não consigo, através de uma simples tentativa, tento entrar dentro do ser que me pede ajuda, para entendê-lo. Acredito piamente que essa é a única estrada a seguir. Entender o outro não quer dizer fazer o que o outro quer, mas sim, buscar um consenso. Espero que entendam “onde o sapato me aperta” com esse “desabafo”. Já que me está proibido pela diretora falar com quem quer que seja deste colégio (ela disse que é dona desta instituição e eu só posso resolver (...) com ela ... ). Sem comentários. NÃO estou furiosa por meu filho ter ficado de recuperação _ que fique bem claro. Eu mesma já discuti com uma professora de geografia, 2 anos antes, por NÂO o ter deixado de recuperação. A minha preocupação é com o ser humano que estou preparando “pro mundo”. Que o repitam, o coloquem de recuperação, pouco me importa. Me preocupa sim, e muito, em torná-lo em um “Homem de Bem” (pareço minha avó, desse jeito..rs). Com a ajuda de Deus, conseguirei, sabendo que : “Uma andorinha só não faz verão”. E quem for MÃE, que me atire a primeira pedra!



Por Luciani Cordeiro, Mãe de Felipe Quevedo.
Imagem de google
Fonte do texto da Pesquisa
http://www.tdahi.com.br/index.php/depoimentos/51-depoimentos/112-mae-furiosa-luciani-cordeiro.html
Sabemos que nunca estamos só mesmo na tristeza e felicidade sempre temos pessoas solidaria.(Mary Cely)

6 comentários:

  1. como eu a compreendo!!!!!!! o seu desabafo ajudou-me, pois eu tambem tenho um filho....., e toda gente mme diz para ensinar respeitar as regras, mas ele nao aceita regras,..., para ele nao existem regras... nao e nada facil...
    e, o que e mais curioso ninguem diz ao pai para apertar com ele, so a mae, sempre a mae e, sinceramente eu ja experimentei tudo para ensinar respeitar os outros, para nao ser respondao para com os seus professores, para ficar calado durante as aulas para nao haver mais queixas, mas.........................................
    ja nao sei o que fazer mais.....
    portanto, eu percebo....nao e facil
    e, nunca, mas nunca conseguiria compreender alguem que nao tem um filho assim.....
    bjs

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  2. Luciani, como eu a entendo, sei exatamente tudo que vc sentiu e sente em relação a seu filho, o meu já passaou por quatro escolas diferentes, mas agora ele está gostando desta última escola graças a Deus, apesar de nem tudo ser flores, e eu ainda ser chamada para ouvir reclamações, só que agora eu já tendo o diagnóstico do TDAH, onde fiz questão de tirar uma xerox do laudo da Neuropediatra e levar na escola, para cobrar deles também, e já vou dizendo que espero mais dedicação e empenho no caso dele, pois se comprometeram e disseram ter professoras psicopedagogas capazes de lidar com isso, ele também consulta com a psicóloga, pois tem o transtorno do opositor desafiador. Só sei que não é fácil, eu também tenho uma filha que não tem TDAH, e sempre foi só elegios na escola, agora ela já formou em Direito. Mas nunca devemos esquecer de pedir a Deus que nos dê compreensão, força, fé, dedicação, coragem e amor para lidarmos com nossos filhos, especiais, e como vc disse, fomos escolhidas a dedo, pois Deus nos confiou essa missão. Obrigada por compartilhar sua história conosco, vamos aqui desabafando e trocando experiências, uma dando força para outra. Abraços Fraternos. Celia Telli.

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  3. Oi Luciana, vc nem imagina o quanto passo por situações delicadas, hoje mesmo foi um desses dias, me magoei demais, uma mãe da escola exigiu da dona da escola que o filho dela ficasse longe do meu, sendo que o mesmo também sofre de TDAH, eu não entendi porque ela agiu assim, porque eu jamais faria uma coisa dessas, sendo que meu filho também tem problemas, o dela fica chamando o meu de peste negra, o meu filho se irritou e quis brigar, o meu está errado! mas não justifica uma atitude dessas, mas sim procurar resolver a situação com amor e respeito um pelo outro! procurar desenvolver o amor o entendimento! Preconceito gerando preconceito!!! Isso pra mim foi motivo de grande tristeza, por que eu não faria isso com o próximo, com um companheiro de luta, luta sim porque termos filhos TDAH, numa sociedade como a nossa, é uma luta, é matar um leão por dia!! É uma vitória por dia, é chegar ao fim do dia e agradecer a Deus por ter vencido mais um dia!!! Tem dia que choro muito como hoje, e é motivo de grande tristeza ver atitudes de mães assim, que tem o problema e não entende a outra que tem!!! Mas rogo a Deus que abra os olhos dela para a realidade da vida, e que seu filho não pode ser criado numa redoma, e infelizmente eles tem que encarar as diversidades da vida, e quando determinadas situações acontecem nós sofremos junto com eles, mas não podemos impedir que esse obstáculos surjam, faz parte do caminho as pedras de tropeço!!! E tenho uma filha brilhante, e que são só elogios na escola, e entendo o que vc diz na diferença do tratamento... Mas vamos pedir a Jesus muita paciência pra lhe dar com isso, porque João além de ser TDAH, ele também tem o TDO!!
    Jesus que te ilumine sempre!! Beijos!!!

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  4. ai eu estou passando por tudo isso para que estou lendo a minha historia

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  5. eu tambem estou vivendo tudo isso , como isso doi , e tem maes q tem filhos q aprendem tudo rapidinho q fazem questao de jogar na minha cara as notas altas dos seus filho no pretexto de humilhar

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  6. Luciani, sei como a luta é difícil!! Tudo que vc escreveu nada é novidade pra mim. Vivenciamos eu e meu marido dentro da nossa casa a 8 anos, este mesmo sofrimento. Ser mãe de um filho TDAH não é fácil, imagina quem tem mais de um heim!! aí paro um pouquinho e agradeço a Deus. Meu filho também passou por muitas escolas, fui muito incompreendida por todos, inclusive pela minha própria família, pois nunca souberam o que é TDAH e nem os efeitos que causa dentro de uma casa, que mais parece casa de loucos.
    Sempre li muito, participei de todas as consultas, terapias, palestras e briguei, mas briguei muito, principalmente nas escolas, que acabam por dizer cada asneira, por desconhecer deste distúrbio. Eu sou funcionária pública e trabalho na Vigilância Sanitária/area de medicamentos controlados, aí meus caminhos foram mais abertos para seguir, pois sempre tive ótimos profissionais a me indicar... Mas mesmo assim, tive que bater de frente com muitas professoras, amigos, parentes pra defender meu filho. Hoje ele é um adolescente vivendo uma "outra fase", que pra mim mais complicada e difícil. É uma verdadeira guerra de nervos. A psiquiatra dele me disse que eles escolhem um pra atacar e culpar. Adivinhe quem ele escolheu???? EU lógico!! pra piorar nossa situação em casa, nosso filho foi vitima de bullyng na escola, o que retrocedeu 80% de tudo na sua vida escolar, emocional, familiar e etc... tudo que estava suspenso voltou: psiquiatra, psicóloga, remédios, academia. Vivemos dias de horrores, até conseguir levantá-lo(em plena fase da sua adolescência)conseguimos, pois temos um Deus maravilhoso, que nunca nos abandona.Denunciei a escola no Ministério Público, entrei com pedidos de indenização por danos morais no tribunal e etc.. o processo tá correndo. O pior de tudo foi neste bullyng, ter profissionais da educação envolvidos. Um dia se Deus quiser, hei de publicar um parecer de uma autoridade, nem que demore anos, sobre tudo que meu filho e nós vivemos e sofremos. O mais importante que hoje ele está bem!!
    Luciani, bom ler seu relato e melhor ainda, um espaço pra eu fazer o meu, qdo falamos alivia um pouco a carga. Um grande abraço, conte com meu apoio. Beijos - Paula

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