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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

TDAH

 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) ainda é um transtorno envolto em inúmeros paradigmas no âmbito escolar, que o definem como má-educação, aluno indisciplinado e em muitos casos pouco inteligentes. Procuramos explorar esse tema em nosso Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), pois sabemos que será muito comum encontrarmos, em nossas aulas de Educação Física, alunos com esse transtorno e teremos que estar preparados para lidar com tais peculiaridades.
Pensando nas peculiaridades da criança com TDAH, acreditamos na importância do papel do professor de Educação Física no desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor desse aluno. Para alcançar os objetivos da Educação Física, ou seja, a formação desses alunos, é necessário o conhecimento e a capacitação do professor em relação ao transtorno, para a melhor organização de suas aulas.
Atuando na área escolar durante nossa formação acadêmica, nos deparamos com inúmeras situações que nos despertaram a curiosidade em relação ao tema. Na prática encontramos diversos transtornos e dificuldades de aprendizagem, porém o TDAH tornou-se mais comum em nosso cotidiano, nos fazendo criar novas estratégias a cada dia para o trabalho com essas crianças. Pudemos analisar, que muitos professores por falta de conhecimento “rotulavam” esses alunos como mal educados e indisciplinados, não acreditando em suas potencialidades e não procurando um currículo adequado para auxiliar na formação do aluno com TDAH. Nesse sentido, buscamos aprofundamento quanto ao tema e tentamos entender o mundo da criança com TDAH e o quanto o professor de Educação física pode colaborar com esse aluno.
Para fins didáticos, organizamos o TCC em cinco capítulos, dispostos da seguinte maneira:
Primeiro capítulo: abordará de maneira detalhada a definição do transtorno, os sintomas, diagnóstico, causas e os possíveis tratamentos.
Segundo capítulo: contextualizará o TDAH no âmbito escolar, apresentando metodologias de ensino para facilitar o processo inclusão educacional.
Terceiro capítulo: apresentará a relação entre a Educação Física escolar e sua contribuição para o desenvolvimento do aluno com o Transtorno, destacando aspectos físicos, dificuldades e habilidades motoras, afetivas e cognitivas.
Quarto capítulo: conterá a pesquisa de campo, incluindo análise e discussão dos questionários aplicados a professores de Educação Física de escolas públicas e privadas da cidade de Sorocaba.
Quinto capítulo: trará as considerações finais do trabalho.
Conseqüentemente ao exposto, o objetivo do trabalho é relatar a formação, o conhecimento e a capacitação do educador físico frente aos alunos com TDAH, suas metodologias de trabalho e como a escola tem identificado o transtorno para o possível diagnóstico.
CAPÍTULO I: TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
“O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo – numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência”.ALBERT EINSTEIN
1.1 DEFINIÇÃO
Diversos autores têm definido o TDAH como um transtorno que compromete a vida sócio-afetiva, profissional e principalmente escolar. Na literatura encontram-se diversas definições para o transtorno que causa grandes impactos para o indivíduo que o possui.
O TDAH é considerado como um transtorno mental, sendo um dos mais comuns na infância e na adolescência, caracterizado por desatenção, atividade motora excessiva e impulsividade (BARKLEY, 2002:35; COUTINHO et al, 2007; CUNHAC et al, 2001).
Araújo e Silva (2003) citam que esse transtorno
É considerado também como um distúrbio biopsicossocial, ou seja, parece haver fortes fatores genéticos, biológicos, sociais e vivênciais, que contribuem para a intensificação desse problema. O TDAH seria, para o portador, uma maneira diferente de pensar, ocasionando graves dificuldades de relacionamento.
Pode-se observar que os autores citados utilizam diferentes nomenclaturas que definem o TDAH, dentre elas encontra-se: distúrbio (designação que engloba numerosos fenômenos observáveis na esquizofrenia, como comportamento excêntrico, anormalidade dos pensamentos e dos afetos), transtorno (ligeira perturbação de saúde. Termo usado em doença ou de outro vocabulário similar, a fim de causar impacto psicológico menor no doente, ou em quem o acompanha) e doença (denominação genérica de qualquer desvio do estado normal. 2. med. Conjunto de sinais e/ou sintomas que têm uma só causa; moléstia.) (FERREIRA, 1999).
No presente trabalho, será empregada a terminologia Transtorno, atualmente mais utilizada na literatura e no DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais) – órgão que estabelece diagnóstico, estatística e classificação para o TDAH. Em algumas passagens será empregado o termo Hiperatividade na qual Goldstein e Goldstein (1998) utilizam essa terminologia em sua obra como sinônimo de TDAH.
Baseado nas definições encontradas entendemos que o TDAH é um transtorno comportamental, que ocasiona problemas de relacionamento pessoal, aproveitamento escolar e desempenho profissional.
1.2 CAUSAS
Nas décadas de 1960 e 1970 entendia-se que o TDAH surgia em decorrência de lesões ocorridas no parto. Entretanto, após o desenvolvimento de estudos mais elaborados, conclui-se que problemas durante o nascimento eram de menor importância para o desenvolvimento dessa condição (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 1998:52).
Esses novos estudos apontaram diversos fatores como responsáveis pela causa do TDAH, dentre eles distúrbios clínicos, efeitos colaterais de medicamentos, distúrbios convulsivos, dieta alimentar errônea durante a infância, infecções de ouvido, hereditariedade e lesões cerebrais, exposição fetal ao tabaco e álcool, problemas no desenvolvimento, ferimentos ou malformação, lesões cerebrais ou desenvolvimento cerebral anormal, problemas familiares, agentes ambientais, exposição precoce aos altos níveis de chumbo (BARKLEY, 2002:79; GIACOMINI & GIACOMINI, 2006; GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 1998:53; NAPARSTEK, 2004).
Goldstein e Goldstein (1998:59) dizem que o chumbo é um metal que não contém nenhum valor biológico conhecido, mas sua ingestão pode envenenar o sistema energético humano. Barkley (2002:86) ressalta que existem evidencias de que níveis altos de chumbo no organismo de crianças e jovens podem estar associados ao maior risco de comportamento desatento e hiperativo.
Barkley (2002:79) e Facion (2003) também apontam que o TDAH tem múltiplas causas e coloca que, mesmo com o avanço de pesquisas, é difícil encontrar provas científicas consistentes de algo que possa causar esse problema no comportamento humano.
Craft (2004:149) “conceitua o TDAH como um distúrbio intrínseco causado por uma disfunção do sistema nervoso central”. Para Riccio, Hynd, Cohen e Gonzáles (1993) o estudo das causas dessa condição caminha sob três pontos de vista: neuroanatômica que estuda as três áreas do cérebro, que supostamente controlam a atenção e inibem a atividade motora; a neuroquímica, que estuda os neurotransmissores que auxiliam a comunicação entre as vias nervosas e a neurofisiológica que estuda a interação dinâmica entre os componentes neuroquímicos e anatômicos do cérebro (apud CRAFT, 2004:149).
Segundo Benczik e Rohde (1999:55) “os achados científicos têm indicado claramente a presença de disfunção em uma área do cérebro conhecida como região orbital frontal em crianças e adolescentes com TDAH”. Porém, segundo os autores, os estudos ainda são iniciais e pouco conclusivos. O que se tem observado com freqüência é que existem alterações no funcionamento de algumas substâncias encontradas nessa área do cérebro, os neurotransmissores, que tem a função de passar informações entre um neurônio e outro (BENCZIK & ROHDE; 1999:57).
Ajudando a compreender a explicação da causa do TDAH como originário de uma disfunção na produção de neurotransmissores, Araújo e Silva (2003) dizem que,
[...] é causado pela pouca produção de Catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), que é uma classe de neurotransmissores responsável pelo controle de diversos sistemas neurais no cérebro, incluindo aqueles que governam a atenção, o comportamento motor e a motivação. Uma visão de base neurológica para o TDAH é que baixos níveis de catecolaminas resultam em uma hipoativação desses sistemas. Portanto os indivíduos afetados não podem moderar sua atenção, seus níveis de atividade, seus impulsos emocionais ou suas respostas a estímulos no ambiente tão efetivamente quanto as pessoas com sistemas nervosos normais.
Fatores genéticos e hereditários têm sido amplamente estudados em relação ao TDAH e, segundo Goldstein e Goldstein (1998:60)
A relação entre a hiperatividade e hereditariedade está claramente estabelecida. A primeira ligação foi estabelecida pelo estudo dos parentes de uma criança hiperativa. Sabe-se que uma criança hiperativa tem uma probabilidade quatro vezes maior de possuir outros membros da família com os mesmo problemas. Entretanto, o relacionamento entre crianças e sua família englobam, também, fatores ambientais.
Na mesma linha de pesquisa, Rohde e Halpern (2004:62), sugerem haver estudos familiares que mostraram consistentemente uma recorrência familiar significante para esse transtorno. Os autores apontam também fatores psicossociais que atuam no funcionamento adaptativo e na saúde emocional geral da criança, como desentendimentos familiares, presença de transtornos mentais nos pais, classe social baixa, família muito numerosa, criminalidade na família, psicopatologia materna e colocação em lar adotivo.
Diferentes autores têm pesquisado sobre as causas do TDAH. Seus estudos mostram que ainda existem muitos paradigmas em relação às causas desse transtorno. Como visto, as causas mais comuns são ambientais, genéticas e alterações cerebrais, ou seja, o TDAH pode ser causado por diferentes fatores, porém, não é possível precisar a influência de cada um para o surgimento dessa condição.
1.3 SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
A manifestação do transtorno ocorre na infância, no momento em que à criança apresenta excessivas alterações no comportamento. Partindo do princípio de que as crianças normalmente são agitadas e inquietas, seria então difícil diagnosticar qualquer distúrbio comportamental, mas quando se trata de crianças com TDAH a idéia de inquietude e agitação se multiplica, e o comportamento dessa criança torna-se excessivo em relação a outras que convivem no mesmo ambiente. O TDAH causa muitos problemas para crianças com esse transtorno em basicamente três áreas: familiar, escolar e social (SANTOS, 2007).
O transtorno pode ser caracterizado pela combinação dos sintomas distração, impulsividade e hiperatividade. É a partir desse trio que irá se desenvolver o universo do TDAH, que oscila da plenitude criativa a exaustão de um cérebro que nunca para (SILVA, 2003:20).

Para considerar que uma criança ou adulto realmente apresente o diagnóstico positivo do TDAH é indispensável que passe por exames clínicos psicológicos e neurológicos, para que não haja falsas expectativas em relação ao problema. De acordo com Benczik e Rohde (1999:37), para existir o TDAH, é necessário que alguns sintomas já estivessem presentes antes dos sete anos e já causassem dificuldades para as crianças, no entanto, é necessário à observação de pais e professores em relação ao histórico comportamental de seu filho ou aluno.

Um comentário:

  1. olá Mary Cely, como vai? Desculpe não ter vindo tão assiduamente como costumava fazer, mas foi por conta do trabalho. A Propósito, tenho gostado muito dos seus textos. Aliás, gosto sempre! Mas, tenho lido rapidamente. Hoje tive um tempinho a mais. Não esqueça de me visitar também. Sei que a vida é corrida. Mas sinto sua falta lá no blog. Beijos e sucesso sempre.

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