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terça-feira, 22 de maio de 2012

TDAH e felicidade...

 




Cada um encara alegria e felicidade de um modo diferente, mas acho que, vivendo todos dentro de um mesmo balaio de gato, chamado sociedade, temos mais ou menos as mesmas expectativas, ou pelo menos deveríamos ter, pra dançar conforme a música, certo? Errado!

Lembro que quando era pequena e obrigada a ficar horas a fio sentada na frente da lousa dentro de uma sala de aula entediante, onde as matérias desfilavam na minha frente sem chamar um pingo da minha atenção pra elas, passava muito desse tempo olhando para fora, pela janela. Observava as árvores que rodeavam as salas e percebia a sutileza de tons de verdes que a luz, dependendo da hora do dia, criava sobre as folhas. Imaginava um grande estojo de lápis de cor somente em tons verdes, vários deles, pra poder desenhar aquela maravilha que acontecia lá fora...

Tinha vontade de escrever sobre a vida dos pássaros que pousavam nos galhos, sobre o movimento dos carros na porta da escola, da buzina dos mais apressados, sobre o cabelo espetado da minha colega da frente, sobre o piso de madeira pesado que recobria todo o chão da sala.

Queria criar danças tribais em homenagens ao Deus Sol e a Deusa Lua, cantar a alegria de estar viva e cheia de idéias malucas na cabeça e contar estórias para os menores que eu, alegrando a imaginação deles com minhas peripécias circenses.

Tinha um monte vida dentro e fora de mim, latejante, pulsante, mas ela não seguia a direção que me impunham, não era domesticável, nem controlada. Isso me entristecia porque não fazer o que me era pedido sempre terminava em punição e castigo.

Hoje ainda sofro com esses mesmos impulsos infantis. Quero deixar o trabalho pra depois pra ficar brincando com papel, tecido, açúcar, ler, passear, dormir...

Tem dia que me permito um pouquinho de cada coisa, em outros controlo meu tempo pra dar conta da diversão e da obrigação também. Em outros sou rigorosa como uma mãe exigente e passo o dia todo cumprindo os deveres mais chatos e entediantes do mundo.

Mas acho que estou encontrando meu jeito de ser feliz e funcional ao mesmo tempo.

Independente de saber que minha hiperatividade é decorrente de uma série de distúrbios químicos e que minha dificuldade em me concentrar no que é realmente importante vem do meu vício por "substâncias do bem-estar", sou assim e isso nada vai mudar.

Já sei que num vai dar pra alegrar a todos, atingir metas e objetivos que a sociedade espera de mim, por exemplo. Ainda sofro por decepcionar pessoas queridas, como os meus filhos, não sendo uma mãe tão presente ou participativa como outras.

Mas prefiro deixar pra eles a proposta de uma vida coerente e livre de preconceitos, na busca contínua pela satisfação e alegria pessoal e, consequentemente de todos os que estão a minha volta.
 
 
 
http://eutenhotdaheagora.blogspot.com.br/2011/02/tdah-e-felicidade.html