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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

TDAH, O TRATAMENTO NÃO É FÁCIL








Não, Simone; o tratamento do TDAH não é tão mágico quanto um par de óculos para quem é míope. Pelo menos no meu caso, mesmo o tratamento tendo mudado minha vida, ainda luto cotidianamente contra o TDAH e sua equipe de sabotadores. Creio, honestamente, que a idade em que fui diagnosticado - 50 anos - influi diretamente no resultado do tratamento.
Cinquenta anos de TDAH  não tratado criaram em minha personalidade defesas, artimanhas e comportamentos que não se apagam somente com o remédio. Eu precisaria (e preciso) de uma boa terapia, mas a grana não dá; me restam o blog e uma sistemática auto análise em todos os meus comportamentos. Praticamente tudo o que eu faço - e principalmente o que eu NÃO quero fazer - eu submeto a essa auto análise. É preciso fazer? É importante que seja feito? Se eu não fizer o que estarei perdendo? O que estou trocando por aquilo que deveria estar fazendo, vale a pena? Por exemplo: trabalho de uma forma bastante livre, tenho um netbook com acesso à internet à mão, se eu não me policiar acabo usando o net pra acessar o blog em lugar de trabalhar. Eu abasteço o Facebook da empresa de informações; e a vontade que dá de acessar o meu Face pra saber das novidades! Isso parece muito fácil pra quem não tem TDAH, nós temos nosso próprio cérebro como inimigo; ele nos alimenta de falsos prazeres imediatos, de desculpas para que façamos o prazeroso e não o necessário. Um comportamento quase infantil. E não é apenas nesse campo da vida que o TDAH atua; no relacionamento afetivo aquele jogo de sedução e conquista com outra mulher (ou outro homem) é plenamente justificado por nosso cérebro doente. Por mais que amemos nossos parceiros, nossa mente inunda-se de pensamentos negativos sobre nossos relacionamentos. As brigas, os defeitos, tudo isso surge diante de nossos olhos como a nos dizer: a pessoa que está diante de você não tem nenhum desses defeitos! Um estímulo ao prazer imediato alimentando o jogo da sedução.
Aí entra a auto análise de que falei; penso a médio e longo prazo. Vale a pena o risco ao meu relacionamento? Sou eu que quero manter esse jogo ou é a necessidade de prazer imediato do TDAH? Em 90% dos casos a culpa é da doença. Eu mudo meu rumo e sigo minha vida.
Acho quase impossível vencer o TDAH sem medicamento algum. A ritalina aumenta minha concentração, meu foco, minha disposição, minha memória. O resto é comigo e minha vontade de não repetir os mesmos erros. E confesso que caio muito, erro muito e repito muito dos erros passados; mas aprendi a me perdoar, a enxergar que tenho uma doença incurável e que, às vezes, parece invencível. Aí entra, de novo, o remédio; é ele quem me dá forças pra enfrentar e derrubar o que parecia invencível.
Estou me preparando para experimentar o Venvanse. Minha médica acredita que será muito melhor. Eu torço por isso, mas, se eu não me adaptar, não tem problema, volto pra minha ritinha, com ela, mais a força de recuperação que tenho, eu  enfrentarei o TDAH de novo.
Todos os dias da minha vida, se for preciso.


http://www.tdah-reconstruindoavida.com.br/
Imagem web Picassa

TDAHs DE MÃOS DADAS











Acabei de ler um comentário que mexeu comigo; minha amiga Isa parabenizou-me pelo estágio em que me encontro em meu tratamento.
Respondi a ela que não existem estágios, estamos todos numa gigantesca caminhada e precisamos uns dos outros para continuarmos a seguir em frente. Às vezes um de nós avança um pouco mais e esse avanço deve servir de estímulo aos que se atrasaram e, se for necessário, estender a mão àquele que caiu ou desanimou no curso dessa longa trajetória. Mais adiante, quem estava na dianteira pode escorregar e cair e precisará de quem o ajude a reerguer-se e, novamente, sentir-se motivado e com força suficiente para retomar o avanço.
Esse blog é a essência do que digo, os comentários que recebo servem-me de inspiração e estímulo, não somente para escrever novos posts mas também como combustível nessa jornada infindável de combate ao TDAH.
Não se iludam, nesse um ano e meio de tratamento e de blog tive momentos de desânimo e decepção ao ponto de um dia anunciar o fim do blog. E por que o blog não acabou? Por causa do enorme apoio e força que recebi de várias pessoas que eu não conheço pessoalmente, mas que fazem parte da minha vida, e conhecem-me tão bem, pois partilhamos as mesmas dores, as mesmas derrotas e por que não, as mesmas vitórias.
O tratamento do TDAH não pode ser solitário, sozinho é muito mais difícil, precisamos uns dos outros, preciso ouvir a opinião de vocês, as estratégias de vocês, as lutas e as conquistas de cada um de meus leitores e amigos pois através de vocês eu me fortaleço e ganho ânimo para manter o blog e o tratamento.
Não sou e nem tenho a pretensão de ser mais ou melhor do que ninguém; sou apenas um portador de TDAH mais escandaloso e barulhento do que a maioria e que está tentando usar o TDAH para melhorar a minha vida e a de quem se dispuser a caminhar ao meu lado.
Ainda procrastino, ainda tenho memória falha, explosões de fúria, inconstância, mas não me entrego; luto dia e noite contra cada um desses sintomas. Se não consigo combater um deles especificamente, vou atrás de outra estratégia mais eficiente do que a que adotei até aqui.
Comentei com o Caco que minha primeira estratégia para parar de fumar foi reconhecer a minha incapacidade de largar o vício sozinho. A partir do dia em que cheguei a essa conclusão, comecei a procurar  algo, ou alguém, que me ajudasse com essa empreitada. Sei lá por quanto tempo procurei algo em que eu acreditasse, até que um dia, sem querer, encontrei um anúncio no jornal de uns médicos que faziam aplicações de raio laser para parar de fumar. Fui lá, fiz as tais aplicações e parei de fumar há treze anos.
Não posso abrir mão da ritalina e muito menos do apoio da Dra. Valéria e da Luciana, com esse suporte tenho certeza de que vou conviver melhor com o TDAH. Até que um dia possamos derrotá-lo definitivamente.
Obrigado pela inspiração e o apoio, Isa.



http://www.tdah-reconstruindoavida.com.br/2012/06/tdahs-de-maos-dadas.html