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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Flow, Engajamento, Hiperfoco e Missão







É engraçado como nosso aprendizado é totalmente influenciado pelo que já sabemos e pelas condições com as quais nos encontramos enquanto aprendemos. Esse post é sobre algo que eu conhecia e já fazia sentido no passado, mas após o diagnóstico do TDAH, as conexões interpretativas tornaram-se ainda mais evidentes.

O primeiro item trata-se do Flow (ou fluxo, em português), teoria proposta pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi. Citando a Wikipédia:
Flow é um estado mental de operação em que a pessoa está totalmente imersa no que está fazendo, caracterizado por um sentimento de total envolvimento e sucesso no processo da atividade.
Ainda em 2011, ou no início de 2012, eu havia lido o livro "Flow: the psychology of optimal experience", em que Csikszentmihalyi (lê-se CHEEK-sent-me-hi-ee) aborda esse estado mental. Pessoalmente, eu já havia experimentado muitas vezes essa sensação e identificado o prazer de estar em alguma atividade imersiva na qual objetivo, habilidades e ambiente estavam alinhados. Estados de Flow são experiências únicas, onde se é imperador absoluto em uma pequena redoma de vidro onde há controle pleno sobre o processo. Você não sente, você é aquela atividade.

De acordo com Csikszentmihalyi, são características do estado de Flow (não precisando necessariamente estarem todos presentes):
Objetivos claros (expectativas e regras são discerníveis).
Concentração e foco (um alto grau de concentração em um limitado campo de atenção).
Perda do sentimento de auto-consciência.
Sensação de tempo distorcida.
Feedback direto e imediato (acertos e falhas no decurso da atividade são aparentes, podendo ser corrigidos se preciso).
Equilíbrio entre o nível de habilidade e de desafio (a atividade nunca é demasiadamento simples ou complicada).
A sensação de controle pessoal sobre a situação ou a atividade.
A atividade é em si recompensadora, não exigindo esforço algum.
Quando se encontram em estado de fluxo, as pessoas praticamente "se tornam parte da atividade" que estão praticando e a consciência é focada totalmente na atividade em si.
Acreditei, na época, que o livro era alguma forma de revelação pessoal. Ora, eu andava descontente com a vida, procurando novas atividades das quais pudesse extrair algum prazer, que preenchessem esse estranho vazio que eu sentia ao final do dia, mesmo quando trabalho, universidade e lazer tinham seus espaços nos meus dias. Lembro que refleti muito sobre quais atividades eu poderia realizar para estar em estado de Flow mais frequentemente. E aí, algum tempo depois, acabei esquecendo (ou abandonando, perdendo o interesse) e o Flow ficou lá, arquivado em algum pequeno espaço da minha memória, esperando o dia em que pudesse ser útil de alguma forma.

Diagnosticado com TDAH, um dos primeiros aprendizados foi que o termo Déficit não traduzia completamente o meu comportamento. Eu sempre fui capaz de me concentrar, e inclusive, algumas pessoas reconheciam em mim uma grande capacidade nisto. Acredito que Inconstância define muito melhor o que realmente ocorre. Para algumas atividades a concentração vinha em níveis sobrehumanos, em outras, eu era vitimado pela eterna espiral de pensamentos, tal qual um aparelho de televisão condenado a permanecer eternamente trocando de canais.

A minha capacidade de concentração, quando presente nestes níveis acima do normal, traduzem perfeitamente um comportamento TDAH, o Hiperfoco. Essa habilidade de concentração extrema em alguma atividade e a posterior relutância quando necessário alternar para outras tarefas me perseguiram pela vida toda. É como um navegador que passa a vida toda procurando por pequenos portos onde possa atracar, e ao encontrá-los, encontra em si forte resistência em partir novamente. Eu juro que ficaria em algum desses portos, se me fosse possível.

Tendo lido muito sobre essa condição nos últimos dias, um ponto é recorrente entre psicólogos, psiquiatras e coaches: TDAHs são movidos pelo Interesse. Somente quando há interesse genuíno em algum assunto, essas pessoas conseguem dedicar toda a sua atenção e aplicar suas habilidades, por escolha própria, em uma determinada atividade. Neste cenário, TDAHs estão livres das amarras de um universo que não os compreende, prontos para utilizar sua criatividade máxima, seu tempo e dedicação por vezes insana em prol de um objetivo.

Esse comportamento tem nome. E coincidentemente, no mês de março, eu precisei fazer uma pesquisa sobre, aplicado ao ambiente corporativo. Chama-se Engajamento. Olhe que interessante as conclusões que eu havia chegado sobre o tema, três meses antes do diagnóstico:

Engajamento é:
- como as pessoas se sentem sobre o que elas fazem
- a medida em que uma pessoa escolhe aplicar seu talento, energia e atenção sem medir esforços
- é o compromisso emocional que os colaboradores tem com a organização e seus objetivos
- esforço voluntário
- livrar-se de barreiras á produtividade
       
Colaboradores precisam de Vontade:
- o senso de missão, paixão e orgulho que o farão esforçar-se voluntariamente á entregar mais.

Flow, Engajamento e Hiperfoco. Eles já estavam por aí, rondando de algum modo minha existência, escondendo-se entre pequenas lascas de verdades, peças de um quebra-cabeças que só agora começo a conseguir montar.
O desafio, como nunca antes, é descobrir quais são as atividades que me interessam, o quê me motiva. É descobrir a minha Missão, o que me move.
Era uma vez um homem perseguido pela sua sombra, que o impedia de encontrar seu grande amor.
Tal homem, atormentado pela sombra, resolveu começar a correr dela.
 Certa vez, este homem ficou preso entre a sombra e um alto muro.
Temendo à sombra, em um impulso sobrehumano, o homem saltou o alto muro.
 Caído do outro lado, impactado pela alta queda, uma jovem e bela moça veio ao seu encontro prestar-lhe socorros.
 O pobre homem, atormentado durante uma vida, encontrara seu amor.
Eu encontrei a minha sombra e há muito corro dela.
Aguardo agora, ansiosamente, perceber quais são os muros que me separam daquilo que há muito desejo: ser feliz.

II:

O que é hiperfoco? É a habilidade natural dos portadores de TDAH de bloquear todas as distrações e de se concentrar completamente até que a tarefa esteja terminada. Siga as dicas desses especialistas para desfrutar dos benefícios do hiperfoco e para fazer mais coisas com o TDAH do adulto. Pelos editores de ADDitude.

O reverso da distração.

Não é nenhum segredo que os portadores de TDAH têm dificuldade para manter a atenção nas coisas que eles acham chatas. Mas o inverso também é verdadeiro: Nós podemos prestar atenção tão intensamente (focar) em coisas que realmente nos interessam, que ficamos indiferentes ao mundo que nos cerca, por longos períodos de tempo. Esse sintoma comum do TDAH é chamado de hiperfoco, e pode ser um benefício se aprendermos a dirigir nossa atenção de modo produtivo. Leia adiante dicas sobre como fazer isso.

1- O hiperfoco explicado

Do mesmo modo que a distração, o hiperfoco é tido como o resultado de níveis anormalmente baixos de dopamina, um neurotransmissor que é particularmente ativo nos lobos frontais do cérebro. Essa deficiência de dopamina torna difícil "mudar as marchas" para iniciar tarefas chatas porém necessárias.

2- Recompensas instantâneas

Dr. Russel Barkley, Ph.D., famoso especialista em TDAH, diz que "Crianças e adultos com TDAH têm dificuldade de mudar a atenção de uma coisa para outra. Se estão fazendo algo de que gostem ou que achem psicologicamente recompensador, tenderão a permanecer nesse comportamento até muito depois que outras pessoas normalmente já teriam mudado para outras coisas. Os cérebros das pessoas com TDAH são movidos por atividades que dão feedbacks (retornos positivos) imediatos".

3- Quando o hiperfoco é problemático

O foco desenfreado pode ser uma ruindade. Deixado sem controle, pode levar a horas perdidas online, ao fracasso escolar, à baixa
produtividade no trabalho, e a relacionamentos tensos com amigos e em casa. Finalmente, a melhor maneira de lidar com o hiperfoco é não brigar com ele, mas enfrentá-lo.

4- Estabeleça prioridades cuidadosamente

Uma maneira de fazer o hiperfoco trabalhar a seu favor é organizar estrategicamente sua lista de coisas a fazer. Cuide bem das tarefas que sejam sempre importantes (marcar ou confirmar uma reunião, ir buscar seu filho etc.) antes de iniciar um trabalho que você sabe que vai comandar toda sua atenção.

5- Programe um despertador

Para ter mais controle sobre seu hiperfoco, decida, antes do início, quanto tempo você terá de ficar imerso em um trabalho. Então, ajuste um alarme, despertador ou timer de cozinha para tocar quando for a hora de parar.

6- Monte um sistema de apoio

Peça a um membro da família ou a um amigo para ajudá-lo a ficar no controle do seu hiperfoco - quer seja uma ajuda (lembrá-lo de que sua família sentirá sua falta quando você ficar absorvido em um trabalho em casa) ou um gesto (colocar uma mão no seu ombro ou  entre você e a tela do computador, quando você estiver lá já por horas).

7- Estabeleça metas para si mesmo

O hiperfoco tem maior probabilidade de ocorrer quando você estiver engajado em tarefas que sejam desafiadoras, que sejam importantes para você, e nas quais você pode fazer progressos. Tire vantagem disso! Se você tiver uma meta que esteja de acordo com algo que o deixe excitado, você terá mais chance de ficar ligado à tarefa e de terminar o trabalho.

8- Abra-se com os outros


Fale com sua mulher (ou marido) ou outra pessoa importante sobre o hiperfoco. Explique que é parte do seu TDAH e que você não pode ligar e desligar quando quiser. Assegure à sua mulher (ou marido) que seu foco em outras coisas que não ela (ou ele) não é o reflexo do seu interesse nela (ou nele) ou do seu amor por ela (ou ele).

ADDitude

http://tdah-dourados.blogspot.com.br/