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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

RELAÇÃO ENTRE TDAH E DEPRESSÃO NA VIDA ADULTA

 


O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) está relacionado com o desenvolvimento de depressão na vida adulta. A razão para isso poderia se dever tanto ao estresse psicológico advindo do transtorno quanto a alguma relação de base neurobioquímica.


Um artigo publicado na Psychological Medicine buscou avaliar se o TDAH e a predisposição genética ao TDAH teriam alguma relação causal com o desenvolvimento de depressão ao longo da vida. Uma relação desse tipo poderia indicar que o tratamento do TDAH é capaz de diminuir o risco de depressão.


Alguns estudos anteriores com gêmeos haviam postulado que a ocorrência simultânea de depressão e TDAH poderia se dever a riscos genéticos compartilhados. Nesse sentido, fatores de risco em comum poderiam fazer com que algumas pessoas desenvolvessem TDAH e outras depressão. Em contrapartida, o presente estudo buscou distinguir se o próprio TDAH seria fator de risco.


Os dados foram coletados da coorte prospectiva longitudinal “Avon Longitudinal Study of Parents and Children” (ALSPAC). Foram incluídos para análise 8310 indivíduos que foram avaliados para TDAH aos 7 anos de idade usando a subescala de avaliação parental de TDAH do Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ). Os dados sobre depressão foram coletados usando o Short Moods and Feeling Questionnaire (sMFQ) aos 18, 21, 22, 23 e 25 anos de idade. 57% (n=4771) dos participantes tiveram dados de depressão coletados ao menos uma vez nesses 5 períodos.


Para avaliar o efeito do risco genético de TDAH na depressão, dados de genética foram coletados do estudo de genética ampla de indivíduos com ascendência europeia para TDAH e Depressão maior.


Ao todo, 6,4% (n= 530) dos participantes foram diagnosticados com TDAH aos 7 anos e 26,7% tiveram depressão recorrente na idade adulta. Aproximadamente 32,7% daqueles com TDAH na infância tiveram depressão recorrente na idade adulta comparado com 26,5% daqueles sem TDAH. Alternativamente, entre aqueles que tinham depressão recorrente na vida adulta, aproximadamente 7,8% deles tiveram TDAH na infância comparado com 5,9% sem depressão.


O TDAH na infância foi associado com um aumento de risco de depressão recorrente na idade adulta (: OR 1.35, 95% CI 1.05–1.73, p = 0.02). Esses achados se mantiveram ao se controlar para sexo, adversidades na vida, educação materna e depressão materna (OR 1.38, 95% CI 1.07–1.79, p = 0.01).


Análises de randomização mendelianas sugeriram um efeito causal da susceptibilidade genética do TDAH na depressão maior (OR 1.21, 95% CI 1.12–1.31). Porém, análises feitas com definições mais amplas de depressão diferiram, mostrando uma influência fraca no desenvolvimento de depressão (OR 1.07, 95% CI 1.02–1.13).


Como os pesquisadores concluem, as análises longitudinais mostraram que o TDAH é um fator de risco para a depressão na vida adulta e as análises de randomização mendeliana reforçam um efeito causal do TDAH na depressão maior, apesar de que esses resultados variaram conforme a definição de depressão utilizada. Além disso, é importante notar que o TDAH em si não é um fator de risco forte para a depressão na vida adulta e muitos indivíduos desenvolverão depressão por outras razões.


Referencia:


-Riglin, L., Leppert, B., Dardani, C., Thapar, A. K., Rice, F., O’Donovan, M. C., … Thapar, A. (2020). ADHD and depression: investigating a causal explanation. Psychological Medicine, 1–8. doi:10.1017/s0033291720000665


http://focustdah.com.br/2020/09/11/relacao-entre-tdah-e-depressao-na-vida-adulta/










TDAH E ADOLESCÊNCIA: UM DESAFIO PARA OS PAIS

 




Grande parte das crianças diagnosticadas com TDAH chegam à adolescência com o transtorno. Sintomas de TDAH na adolescência são muito similares aos da infância: distração, desorganização, falta de concentração e impulsividade seguem presentes.


Mudanças hormonais, vida social e falta de controle dos pais entram no jogo: como agir daqui para frente?


Como o TDAH afeta a vida do meu filho adolescente?


Não existe um adolescente padrão com TDAH. Os sintomas variam conforme gênero, idade e tipo de TDAH, e podem mudar de acordo com a situação familiar, apoio dos amigos e outros transtornos dos quais possam sofrer.


Contudo, em termos gerais, as notícias são boas: adolescentes tendem a apresentar menos hiperatividade do que as crianças1. Mas, como surgem as questões hormonais e as demandas da escola aumentam, alguns sintomas podem se agravar.


Por causa das dificuldades com concentração e atenção, a maioria pode ter problemas na escola. As notas serão afetadas, especialmente se seu filho não estiver em tratamento. Não é incomum que esqueçam as tarefas, percam livros e cadernos ou fiquem entediados com as aulas. Eles também podem ficar irrequietos e interromper professores e colegas, impacientes para prosseguir com as lições.


Alguns dos mais notáveis sintomas nos adolescentes com TDAH estão relacionados ao déficit nas funções executivas, a habilidade cerebral de priorizar e administrar pensamentos e ações. Em outras palavras, a função executiva permite que os indivíduos prevejam consequências em longo prazo, façam planejamentos, avaliem progressos e mudem planos, se necessário. Além das dificuldades executivas, os jovens com TDAH podem também sofrer de intolerância à frustração, ter respostas emocionais exageradas ou até imaturas para a idade.2


Vamos passar por alguns dos mais típicos problemas enfrentados e lhe ajudar a encontrar a melhor solução.


Vida acadêmica: como dissemos, notas podem ser prejudicadas, bem como o relacionamento com professores e colegas.


Como você pode ajudar: garanta que seu filho tenha acesso a professores particulares ou colegas capazes de orientá-lo. Ajudar seu filho a se organizar é crítico aqui, seja construindo estruturas em casa (alarmes, lembretes, apps, quartos de estudo) ou contratando o serviço de um coach. O que você precisa saber é que sua presença será necessária para orientar seu filho na hora de dizer o que deve ser feito. Presumir que eles farão algo não dará muito certo.


Relacionamentos: quase metade dos adolescentes com TDAH manifestam dificuldades em se relacionar com os outros. Pesquisas apontam que eles tendem a criar menos amizades recíprocas e, infelizmente, têm mais chances de serem rejeitados pelos colegas. Por isso, são mais propensos ao bullying – sejam eles as vítimas ou os agressores.3


Como você pode ajudar: a questão mais importante é sempre saber com quem seu filho está e encorajá-lo a discutir suas amizades, dificuldades e medos com você ou outro adulto de confiança. Também é importante estimular diferentes atividades extracurriculares, que ofereçam outros grupos de apoio e redes de confiança. Se, mesmo com diversos grupos diferentes, seu filho ainda tiver dificuldade de ter amigos, considere buscar ajuda de um profissional capaz de ensiná-lo habilidades sociais.


Lidando com as emoções: todos sabemos que a adolescência é uma montanha-russa emocional, mas, no caso do TDAH, a regulação emocional é afetada, o que resulta em “altos” ainda mais altos e “baixos” ainda mais baixos. A impulsividade de um adolescente com TDAH pode se tornar mais difícil quando afeta a capacidade de lidar com a frustração. É muito dolorido para eles – e para a família, é claro.


Como você pode ajudar: ajude seu filho a desenvolver estratégias emocionais. Pratique situações possíveis e simule respostas com ele. Promova, em sua família, o pedido de desculpas após terem se excedido. Ensine ao seu filho, através do exemplo, como é importante voltar atrás sem se sentir menor por isso. Considere, também, a terapia cognitivo-comportamental – ela é muito eficiente para problemas de inconstância.


Comportamentos de risco: pesquisas mostram que adolescentes com TDAH tendem a fumar, beber e usar drogas ilícitas mais cedo do que crianças sem TDAH3. Posteriormente, eles atingem níveis elevados no uso de substâncias químicas e problemas ligados ao alcoolismo. Eles também tendem a iniciar suas vidas sexuais mais cedo e têm mais riscos de praticarem sexo sem proteção. Por isso, têm taxas mais altas de doenças sexualmente transmissíveis.


Como você pode ajudar: a regra básica é conversar com seu filho sobre os riscos e sobre como ele se sente a respeito de drogas, sexo e bebidas. Tenha regras, é claro, mas não a ponto de privar seu filho de conversar com você. Porém, o mais importante aqui é saber onde o adolescente está e com quem está. Por isso, é crucial que você encoraje atividades extracurriculares que promovam saúde e bem-estar para reduzir o tempo sem estrutura e sem supervisão. Esportes, clubes de leitura, jogos, cinema e outros grupos que promovam saúde mental e física serão o melhor apoio para o seu filho seguir seguro, longe de riscos sérios.


Fonte:


1 PARENTING TEENS WITH ADHD. THE NATIONAL RESOURCE ON ADHD. Disponível em: <http://www.chadd.org/Understanding-ADHD/For-Parents-Caregivers/Teens/Parenting-Teens-with-ADHD.aspx>. Acesso em: 31 de agosto de 2018.



http://focustdah.com.br/2019/04/08/tdah-e-adolescencia-um-desafio-para-os-pais-2/