Gostaria de compartilhar meu depoimento. Tenho 27 anos, um filho de 5 anos e uma longa história.Com uns 8 anos de idade comecei a ir mal na escola. Eu simplesmente não absorvia nada que era ensinado. Em algumas matérias, como português, eu ia bem na parte de interpretação de texto, mas no que exigia mais raciocínio tipo gramática, matemática, geografia eu ia muito mal.
Ficava extremamente envergonhada e parei de falar na escola. Meus pais não faziam ideia, por que em casa eu era bem falante.
Na escola me tornei tímida, e torcia por nenhuma professora me chamar para responder algo. Tentava constantemente ser invisível.
Todo ano eu quase repetia, ficava para recuperação junto com os meninos "bagunceiros" da sala. Na 5a série eu estava quase repetindo o ano, quando minha mãe me mudou de escola em outubro. Fiz o finalzinho do ano e os outros numa escola que não repetia ninguém.
Eu acreditava fielmente que era burra, que no futuro se eu ganhasse um salário de mil reais no máximo já estaria bom.
Tudo que me ensinava eu esquecia imediatamente. E isso foi se prolongando durante minha vida. Como me formei com 17 anos, minha mãe já me arrastou para o vestibular e eu fiz faculdade.
Até hoje não sei como passei pelos módulos. Era como se eu não estivesse lá. Isso me trazia insegurança para arrumar um emprego na área, porque eu tinha vergonha que descobrissem que eu não sabia nada.
Não parava nem 6 meses no mesmo emprego, pela minha desatenção. Acabei me interessando pela área e busquei por vontade própria duas pós-graduações. Foi ai que consegui entender um monte de coisas.
Engravidei e no hospital que meu filho estava eu conversei com uma psicóloga sobre como eu me sentia vazia, porque não aprendia nada. Ela me falou sobre TDAH e orientou que eu procurasse um neuro ou psiquiatra.
Foi o que fiz e todos confirmaram que eu não era burra, apenas tinha TDAH. Fiquei feliz em descobrir porque não me interessava por nada, esquecia e tudo a minha volta era uma bagunça.
Descobri que sou muito inteligente naquelas áreas que eu me interessava, pois quando estava no mundo da lua, aprimorava minha criatividade. Hoje lido bem com esses aspectos, mas ainda estou aprendendo a organizar minha vida.
Minha casa vira uma bagunça em questão de segundos e eu nem sei por onde começo a arrumar. Não consigo seguir uma rotina com facilidade. Por isso me policio muito, para tentar deixar as coisas em ordem, já que tenho um filho e ele precisa de um lar saudável. É difícil, é triplamente mais difícil. Para alguém normal essas coisas são básicas, para mim é um martírio. Eu me canso mais, mas eu consigo!
2ºCaso
"Meu filho tem sérios problemas de aprendizagem. Resolvi procurar por ajuda médica, pois depois de acompanhá-lo detidamente, percebi que ele não é preguiçoso, descompromissado, como já escutei e devo dizer, repeti.
Ele é um garoto ótimo, de bom relacionamento com todos e com uma compaixão que eu não sei explicar de onde veio.
Lendo os depoimentos neste site, principalmente das pessoas que passam por esse sofrimento, resolvi marcar com um profissional da área. Se o diagnóstico não for esse, vamos a outros passos, mas se for, terei impedido o meu menino de sofrer o que eu li aqui. A todos que colocaram seu depoimento, minha solidariedade e principalmente o meu respeito. A partir de hoje vocês também fazem parte da minha família e onde eu puder divulgarei a TDAH.
Sorte e força!!!
3º Caso
Tenho 34 anos, 2 filhos e uma história agitadissíma com meu filho mais velho.
Desde quando ele entrou na escola achei que havia algo diferente. Sempre muito agitado e com dificuldade na alfabetização e aprendizado. Até questionava os professores à respeito, mas eles por inexperiência me diziam que estava tudo bem.
Até que quando chegou ao 2ºano, as dificuldades aumentaram ainda mais, ele não conseguia acompanhar a turma, não sabia ler nem ao menos juntar as sílabas. Foi um ano terrivel e eu trabalhava com esquemas de plantão o que dificultava ainda mais poder ajuda-lo. No final do ano juntamente com a coordenadora e psicopedagoga da escola
decidimos que no inicio do próximo ano faríamos uma avaliação com profissional adequado.
E assim foi, no incio das aulas levei ele a um neurologista especializado em disturbios da aprendizagem, ele fez muitos exames e foi um periodo um pouco demorado até que veio a confirmação TDAH.
Um choque, pois era muito desinformada a respeito e não sabia como lidar.
Hoje ,2 anos após, ele continua o tratamento com medicações, fonoaudióloga e psicopedagoga. Uma verdadeira maratona. Larguei meu trabalho depois de um acordo com meu esposo e hoje passo a semana a leva-lo para as terapias, consultas médicas e o ajudo a realizar as tarefas.
Lentamente estamos caminhando, hoje muito mais informada e sabendo que tudo acontecerá no tempo dele.
Com certeza ao seu lado, para o que der e vier!!
Tenho uma filha de 8 anos com TDAH, tudo o que li. nos depoimenttos me identifico muito. Minha preocupação hoje. é que terei um bb daqui a 20 dias e todos me alertam sobre a minha filha, como se ela fosse uma grande ameaça. Não sei realmente o que fazer. Ela tem piorada a agressividade a cada dia. Amo muito minha filha e meu bb que está chegando também. Ela vai repetir o ano, e queria mudá-la de escola pelo constrangimento que vai passar, mas ela não quer. Me ajudem
Tenho 27 anos, e minha vida encontra-se um turbilhão..
Recentemente fui fazer uma consulta e ao invés de me ajudar, fiquei triste." Querida o seu problema é emocional,e não orgânico,você tem que gostar mais de si,uma pessoa que não sabe o que é ansiedade não consegue se enxergar,você é muito racional,seja mais humana,use mais o seu emocional".
Fui uma criança muito briguenta na escola,reprovei na escola 4 vezes,eu não aprendia,era teimosa e escrevia muitas palavras erradas,aprendi a ver as horas na 6ºsérie, e tinha muita vergonha de perguntar as coisas,até que eu tinha coleguinhas,mas eu era mandona.
Na minha adolescência acho que foi a pior fase,eu literalmente passei pelo 2ºgrau "vooando", pois não absorvi quase nada e hj tenho sérias dificuldades em conteúdos e cálculos, estou fazendo cursinho pré vestibular ha 2 anos( parece que não raciocino), as vezes tenho dificuldade com relógios de ponteiros, direita e esquerda,esqueço fácil as coisas,levanto muito da cadeira quando estudando, tenho poucas amigas,sou pavio curto,e me sinto burra e não acredito no meu potencial aliás nem sei o que é isso.
Sonho em ser médica, mas muitos falaram que do jeito que sou não vou para frente.