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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Cordão com girassóis sinaliza pessoas com deficiências imperceptíveis?



 "O cordão com girassóis à volta do meu pescoço não é uma nova tendência de moda. Este é um símbolo nos aeroportos para alertar o pessoal de que um passageiro tem uma deficiência escondida", alega-se em publicação nas redes sociais datada de 27 de março e com mais de 60 mil partilhas. Será verdade?


"Utilidade pública: sabe o significado da fita com girassóis? Esta é a minha pequena família de férias em Espanha, em junho. O cordão com girassóis à volta do meu pescoço não é uma nova tendência de moda. Este é um símbolo nos aeroportos para alertar o pessoal de que um passageiro tem uma deficiência escondida e é possível que precise de ajustes para eles. Por exemplo, no aeroporto, um guarda de segurança viu o cordão ao redor do meu pescoço e acompanhou-nos diretamente para a assistência especial para que não tivéssemos que entrar na fila para passar pela segurança. Exemplo: muitas crianças autistas não conseguem enfrentar filas", descreve-se na publicação sob análise que acumula já mais de 60 mil partilhas




O girassol das deficiências invisíveis (Hidden Disabilities Sunflower em inglês), criado no Reino Unido em 2016, surgiu da necessidade de as pessoas com deficiências invisíveis ou imperceptíveis terem apoio adicional em múltiplos locais.


A empresa explica que a iniciativa surgiu depois de o aeroporto de Gatwick, em Londres, questionar como poderia identificar passageiros que tivessem uma deficiência não óbvia para os auxiliar se necessário. Assim, com a utilização deste símbolo, tornou-se mais fácil identificar passageiros que precisassem de mais ajuda, mais tempo ou assistência nas deslocações no aeroporto.


Segundo a página oficial, as fitas com girassóis foram já adotadas pelos principais aeroportos no Reino Unido, mas também em supermercados, estações ferroviárias, espaços de lazer, serviços de polícia e bombeiros.



https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/cordao-com-girassois-sinaliza-pessoas-com-deficiencias-imperceptiveis


segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Dúvidas sobre TDAH: causas, sintomas e tratamento




O TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) é um transtorno neurobiológico, que afeta adultos e crianças, de alta prevalência, e que gera impacto na vida dos seus portadores e de seus familiares. Confira as dúvidas mais comuns relacionadas à TDAH, respondidas pelo Dr. Julio Koneski, Neuropediatra da Neurológica.


1 – Com o passar dos anos a TDAH pode diminuir?

Em alguns casos, os sintomas do TDAH diminuem bastante ao longo da vida, principalmente a hiperatividade. É comum que adolescentes e adultos diagnosticados com TDAH na infância, quando tornam-se adultos, permaneçam apenas com os sintomas da desatenção. O adulto tende a conseguir se organizar melhor, entender suas necessidades pessoais, profissionais e desenvolver mecanismos para diminuir ou controlar os prejuízos causados pelo transtorno. Este adulto estará mais apto a ter uma vida saudável, se tiver sido tratado e orientado adequadamente na infância e adolescência.


2 – O TDAH pode ser diagnosticado por exame de imagem?

Não há nenhum exame de imagem (tomografia, raio X ou ressonância magnética de crânio) que faça o diagnóstico do TDAH. O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado em informações e observações. Relatos detalhado dos familiares, professores e terapeutas devem ser considerados em conjunto para um bom diagnóstico. Utilizam-se algumas escalas comportamentais, e existe ainda, a necessidade de um acompanhamento evolutivo para uma melhor definição do diagnóstico.


3 – O TDAH é um transtorno causado por mau funcionamento do cérebro?

Não trata-se de mau funcionamento, mas sim de uma forma diferente de agir. As conexões entre os neurônios (sinapses), tornam-se menos efetivas levando aos circuitos cerebrais, respostas inadequadas a diferentes situações. Especialmente naquilo que se chama de funções executivas, ou seja, na capacidade de operacionalizar as respostas adequadas ao estímulo. Por exemplo, responder no momento apropriado, esperar a sua vez, impulsividade nos atos, capacidade de atenção e outros, etc …


4 – O TDAH ocorre em conjunto com outras doenças?

Cerca de 50-60% das crianças e adolescentes com TDAH tem outras condições associadas, sendo o Transtorno do Espectro Autista uma delas. Por compartilharem sintomas similares, como inquietação, desatenção, impulsividade, por vezes irritabilidade, é comum que o TDAH possa em algum momento da vida da criança, especialmente em crianças muito pequenas, ser confundido com TEA e vice-versa.


5 – O TDAH está associado ao autismo?

Diretamente não. Porém existem muitas confusões e entendimentos errados entre essas duas condições, que são igualmente frequentes na infância. TDAH e TEA (Autismo) podem ocorrer juntos em comorbidade, mas a maioria das crianças com TDAH não tem também o Autismo. A confusão ocorre porque frequentemente os Autistas são agitados, inquietos, impacientes e hiperativos. Essas alterações comportamentais são comuns aos dois transtornos. Para um adequado diagnóstico tanto do TDAH quanto do Autismo, há necessidade de que os critérios definidos internacionalmente sejam preenchidos e entendidos corretamente.


É importante que fique bem claro que podemos ter crianças com:


TDAH sem autismo.

Austismo sem TDAH.

Com TDAH associado a Autismo.

Nesta terceira possibilidade, vale lembrar que podem existir crianças com características do TDAH e Autismo mas com TDAH mais evidentes, e outras crianças nas quais as características do Autismo serão mais evidentes.


Um pouco confuso, não é? Por isso a importância que os médicos estejam bem familiarizados com essas duas condições para elaborar um diagnóstico correto.


6 – Existem medicamentos para tratamento de TDAH em crianças?

A maioria das crianças com TDAH (principalmente se associado ao Autismo), poderão beneficiar-se com medicações. Os medicamentos servem para tratar sintomas específicos, como problemas de atenção e concentração, outras vezes serão necessários medicamentos para melhorar o padrão do sono e por vezes, para tratar irritabilidade, agressividade ou mesmo ansiedade.


É importante que fique claro que nem toda criança com TDAH precisará usar medicação, e a decisão de iniciar a medicação será determinada em conjunto pela família e pelo médico. Considerando acima de tudo, qual o grau de prejuízo que o TDAH está trazendo para a criança.


7 – É comum a ocorrência de TDAH em adultos?



Dúvidas sobre TDAH: causas, sintomas e tratamento

Dúvidas sobre TDAH: causas, sintomas e tratamento

O TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) é um transtorno neurobiológico, que afeta adultos e crianças, de alta prevalência, e que gera impacto na vida dos seus portadores e de seus familiares. Confira as dúvidas mais comuns relacionadas à TDAH, respondidas pelo Dr. Julio Koneski, Neuropediatra da Neurológica.


1 – Com o passar dos anos a TDAH pode diminuir?

Em alguns casos, os sintomas do TDAH diminuem bastante ao longo da vida, principalmente a hiperatividade. É comum que adolescentes e adultos diagnosticados com TDAH na infância, quando tornam-se adultos, permaneçam apenas com os sintomas da desatenção. O adulto tende a conseguir se organizar melhor, entender suas necessidades pessoais, profissionais e desenvolver mecanismos para diminuir ou controlar os prejuízos causados pelo transtorno. Este adulto estará mais apto a ter uma vida saudável, se tiver sido tratado e orientado adequadamente na infância e adolescência.


2 – O TDAH pode ser diagnosticado por exame de imagem?

Não há nenhum exame de imagem (tomografia, raio X ou ressonância magnética de crânio) que faça o diagnóstico do TDAH. O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado em informações e observações. Relatos detalhado dos familiares, professores e terapeutas devem ser considerados em conjunto para um bom diagnóstico. Utilizam-se algumas escalas comportamentais, e existe ainda, a necessidade de um acompanhamento evolutivo para uma melhor definição do diagnóstico.


3 – O TDAH é um transtorno causado por mau funcionamento do cérebro?

Não trata-se de mau funcionamento, mas sim de uma forma diferente de agir. As conexões entre os neurônios (sinapses), tornam-se menos efetivas levando aos circuitos cerebrais, respostas inadequadas a diferentes situações. Especialmente naquilo que se chama de funções executivas, ou seja, na capacidade de operacionalizar as respostas adequadas ao estímulo. Por exemplo, responder no momento apropriado, esperar a sua vez, impulsividade nos atos, capacidade de atenção e outros, etc …


4 – O TDAH ocorre em conjunto com outras doenças?

Cerca de 50-60% das crianças e adolescentes com TDAH tem outras condições associadas, sendo o Transtorno do Espectro Autista uma delas. Por compartilharem sintomas similares, como inquietação, desatenção, impulsividade, por vezes irritabilidade, é comum que o TDAH possa em algum momento da vida da criança, especialmente em crianças muito pequenas, ser confundido com TEA e vice-versa.


5 – O TDAH está associado ao autismo?

Diretamente não. Porém existem muitas confusões e entendimentos errados entre essas duas condições, que são igualmente frequentes na infância. TDAH e TEA (Autismo) podem ocorrer juntos em comorbidade, mas a maioria das crianças com TDAH não tem também o Autismo. A confusão ocorre porque frequentemente os Autistas são agitados, inquietos, impacientes e hiperativos. Essas alterações comportamentais são comuns aos dois transtornos. Para um adequado diagnóstico tanto do TDAH quanto do Autismo, há necessidade de que os critérios definidos internacionalmente sejam preenchidos e entendidos corretamente.


É importante que fique bem claro que podemos ter crianças com:


TDAH sem autismo.

Austismo sem TDAH.

Com TDAH associado a Autismo.

Nesta terceira possibilidade, vale lembrar que podem existir crianças com características do TDAH e Autismo mas com TDAH mais evidentes, e outras crianças nas quais as características do Autismo serão mais evidentes.


Um pouco confuso, não é? Por isso a importância que os médicos estejam bem familiarizados com essas duas condições para elaborar um diagnóstico correto.


6 – Existem medicamentos para tratamento de TDAH em crianças?

A maioria das crianças com TDAH (principalmente se associado ao Autismo), poderão beneficiar-se com medicações. Os medicamentos servem para tratar sintomas específicos, como problemas de atenção e concentração, outras vezes serão necessários medicamentos para melhorar o padrão do sono e por vezes, para tratar irritabilidade, agressividade ou mesmo ansiedade.


É importante que fique claro que nem toda criança com TDAH precisará usar medicação, e a decisão de iniciar a medicação será determinada em conjunto pela família e pelo médico. Considerando acima de tudo, qual o grau de prejuízo que o TDAH está trazendo para a criança.


7 – É comum a ocorrência de TDAH em adultos?

Sim, é comum em adultos. Algo em torno de 60-70% das crianças com TDAH vão permanecer com a sintomatologia do TDAH na vida adulta. Geralmente predominando a desatenção. Entretanto o TDAH não começa na vida adulta, os critérios internacionais definem que a sintomatologia deve estar presentes antes dos 12 anos de idade.


O que observa-se muitas vezes é que algumas crianças e adolescentes com TDAH não tem um prejuízo significativo, e somente como adultos perceberão que a desatenção, a impulsividade ou a inquietação, estão de alguma forma trazendo desconforto ou mesmo, prejuízo.


Dr. Julio Koneski é Neuropediatra na Neurológica, em Joinville (SC). Conheça os tratamentos em TDAH.


https://www.neurologica.com.br/blog/duvidas-sobre-tdah-causas-sintomas-e-tratamento/


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Atividades criancas com tdah



 A infância é uma fase de conhecimento do mundo, das outras pessoas e de si. Nesse momento, os aprendizados e as relações sociais são bastante importantes, pois vão ter influências por toda a vida, mesmo na fase adulta.


Mas e quando toda essa descoberta precisa ser feita em meio a uma mudança brusca da rotina? É isso que a pandemia do novo coronavírus está provocando: a necessidade de reorganizar e planejar as rotinas.


Se ficar em casa e dar conta da energia e curiosidade das crianças já é um desafio, quando elas têm Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), ele pode ficar ainda maior. Algumas dicas e sugestões de atividades para fazer em casa durante o isolamento vão ajudar neste momento!


O que é TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, ou apenas TDAH, é um transtorno de neurodesenvolvimento bastante comum na infância — afetando entre 3% a 5% das crianças em idade escolar. As principais características manifestadas são desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade em níveis prejudiciais.


Ou seja, não é porque uma criança é bastante agitada que, necessariamente, ela tem TDAH. Aliás, o quadro pode ocorrer também com a ausência da hiperatividade.


Estudos demonstram que pacientes apresentam alterações na região frontal e suas conexões com o resto do cérebro, afetando a capacidade de controlar as respostas aos estímulos.


Ainda há dificuldades em fazer diagnósticos efetivos, logo que muitas crianças que apresentam o transtorno são interpretadas apenas como desatentas, agitadas ou até mal comportadas.


Além de agitação ou distração, o transtorno pode ter efeitos severos na vida social, afetiva e cognitiva. Como elas não conseguem manter o foco, o aprendizado e os estudos são comprometidos.


Sem um diagnóstico e assistências corretos, há uma tendência de a criança isolar-se socialmente, ser castigada pelas notas baixas ou reprimida de forma severa pelo suposto mau comportamento.


O tratamento então consiste em assistência multidisciplinar ao longo da vida, trabalhando de acordo com as necessidades particulares de cada paciente — e isso inclui o carinho, a atenção e a participação de toda a família.

https://grupomarista.org.br/noticias/atividades-para-fazer-em-casa-com-criancas-com-tdah/

Informação e conscientização sobre TDAH

 



Nosso objetivo é que a criação dessa semana estimule a disseminação de mais informações sobre o assunto, gerando maior esclarecimento sobre o tema e mais apoio aos familiares. Afinal, estamos falando de um distúrbio que afeta 6% das crianças e 6,9% no caso dos jovens no Brasil, segundo dados da OMS.


Além disso, é um tema de preocupação entre os pais e os educadores, pois quando não acompanhado de forma correta, pode gerar prejuízos no desenvolvimento educacional de adultos e crianças, impactando também no convívio com outras pessoas em família ou em sociedade.


Nosso PL sugere que seja feita uma mobilização da sociedade em geral, por meio de parcerias entre órgãos públicos e privados, associações e entidades, no intuito de promover atividades que proporcionem a discussão, reflexão e divulgação de dados sobre o TDAH no município do Rio de Janeiro, com a realização de debates, palestras, seminários, fóruns, e ações que conscientizem a população sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce para pessoas que sofrem do transtorno.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Quem tem TDAH?



Como conviver com alguém que tem TDAH?


Esse transtorno precisa ser cuidado o quanto antes porque a pessoa pode ficar com a autoestima baixa, depressiva e agressiva. Quando você for falar com um amigo que tem TDAH, olhe nos olhos e fale com calma uma informação de cada vez. Jamais fale para essa pessoa fazer várias coisas de uma só vez.



Quem tem TDAH tem uma vida normal?

A hiperatividade não tem cura, mas com um tratamento adequado é possível viver uma vida normal, segundo a psicopedagogia.



Quem tem TDAH é mais inteligente?


– Pessoas com TDAH são menos inteligentes que as outras? Mito. Eis aí algo que precisa ser esclarecido: uma pessoa diagnosticada com TDAH que recebe o devido acompanhamento e tratamento tem a inteligência normal e até acima da média, com desempenhos surpreendentes.


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domingo, 25 de julho de 2021

ALUNO COM TDAH – PUNIR OU AJUDAR?


“Por que ele nunca aprende, mesmo com castigo”


Você já falou ao celular enquanto estava dirigindo, mesmo sabendo que isso é proibido e perigoso?


E quando viu um guarda de trânsito, o que fez? Desligou ou escondeu o celular, não é mesmo?


E depois que o guarda estava distante, voltou a falar no celular, não é mesmo?


Esse é um exemplo simples de uma regra importante: a punição só funciona quando o agente que pune está presente. Na sua ausência, o comportamento desejado não se mantém. Portanto, adianta pouco punir isoladamente para mudar um comportamento.


As crianças e jovens com TDAH vão necessitar de monitoramento frequente dos pais durante boa parte da infância e da adolescência para que se adaptem aos limites que a vida em sociedade impõe.


Se você mora no meio do mato, isolado de todos, tudo bem. Caso contrário, lembre-se de que seu filho terá que viver de acordo com regras. Em função de suas dificuldades de atenção, da impulsividade e da hiperatividade, ele estará sempre sendo punido por infringir regras.


A tendência tanto dos pais quanto dos professores é advertir, irritar-se com eles e castigar.


Os colegas também podem ir se afastando, porque ele não espera a vez nos jogos, se intromete nos assuntos dos outros, atrapalha a aula o tempo todo, entre outros comportamentos incômodos.


O sistema educacional tradicional penaliza e pune quem tem TDAH, pois exige que os alunos permaneçam quietos, que sempre sigam todas as regras, que mantenham a atenção por horas seguidas e que sejam avaliados por provas monótonas e sem permissão para interrupções. Sem falar nas matérias chatíssimas e coisas um tanto sem sentido que ainda nos ensinam nas escolas.


O resultado disso são advertências constantes e notas baixas, mesmo quando o aluno se esforçou e tentou estudar.


A maioria das pessoas que convive com o portador do TDAH, incluindo pais e professores, tende a confundir incapacidade de fazer o correto com falta de desejo de fazer o correto.


É sempre bom ter como medida de avaliação o quanto ele ( o aluno) se esforçou para fazer alguma coisa e não o resultado final. Parece óbvio, mas não é o que acontece.


Ter TDAH significa ter sempre que se desculpar por ter quebrado ou mexido em algo que não deveria, por fazer comentários fora de hora, por não ter sido suficientemente organizado, por “esquecer” coisas, por perder objetos importantes. Significa estar sempre nervoso pela nota, ter que abrir mão do tempo de lazer para concluir as tarefas escolares – nada consegue ser terminado no tempo previamente planejado, que chateação! -, e dizer coisas das quais depois se arrepende. Ou seja, significa ser responsabilizado por coisas sobre as quais, na verdade, se tem pouco controle! Torna-se inevitável a sensação de que se é um sujeito meio inadequado.


Quando o TDAH se manifesta na apresentação com predomínio de desatenção, sua detecção pode ser mais difícil e essas crianças podem ser encaradas por pais e professores apenas como indolentes, preguiçosas, burras ou “limitadas”.  Tiram Elas mesmas podem começar a se perceber dessa forma. Afinal, assistem às mesmas aulas que as demais, mas são mais lentas para fazer as tarefas, requerem aulas particulares, horas extras de estudo e, ainda assim, tiram notas baixas!


Isso gera o sentimento de que não importa o quanto se esforcem, estão predestinadas a falhar.


Isso provoca baixa autoestima, desinteresse pelos estudos e ansiedade.


Assim, em vez de criticar seu filho por aquilo que ele não consegue fazer, é melhor elogiá-lo no momento em que ele consegue fazer as coisas de forma adequada, mesmo que sejam poucas.


Reforço positivo (elogio) é mais eficaz do que reforço negativo ( punição)


Em vez de ressaltar suas falhas, você deve evidenciar o que ele tem de bom, seus progressos e a capacidade que tem de melhorar quando se empenha. Em vez de criticá-lo quando ele se intromete em sua conversa, elogie quando ele consegue esperar que você termine. Os elogios sempre ajudam a promover a autoestima, enquanto as críticas e os castigos geram frustração e sentimento de inadequação. Inúmeras pesquisas mostram que quando se começa a elogiar determinado comportamento adequado nas pessoas, mesmo sem criticar um outro comportamento inadequado simultâneo, ele tende a aumentar com o passar do tempo e o comportamento inadequado tende a diminuir.


Pense em como seu filho e seualuno se sente por não atender às suas expectativas e não exija dele mais do que ele pode dar.


Não há como Incluir pessoas com TDAH, se voce não tiver em mente a diferença clara entre “ele não faz porque não quer” de “ele não faz porque não consegue”.


Lembre-se: ele faria melhor se pudesse e a sua missão ajudá-lo no processo de superação.


Iane Kestelman


Psicóloga e Presidente voluntária da ABDA


https://tdah.org.br/aluno-com-tdah-punir-ou-ajudar/


 


 


 

Envelhecimento dos Pais



 Que tipo de prejuízo os pais que não sabem envelhecer causam aos filhos?


Eu não diria o que é saber envelhecer. Cada um envelhece de acordo com o tipo de vida que sempre levou. Pessoas bem resolvidas, que administram suas vidas afetiva e financeiramente de maneira saudável, terão se planejado para uma velhice mais tranquila. Já os pais que sempre foram desorganizados terão dificuldades na velhice. Portanto acredito que estes filhos então adultos já conhecem o comportamento de seus pais e saberão lidar com cada um. Não será a velhice que vai trazer prejuízos.


Qual é a melhor forma de enfrentar a realidade do envelhecer encarada no crescimento dos filhos?


Enfrentar o envelhecimento é enfrentar a vida. Ter objetivos, planejamento e autoestima. Acreditar que a vida nos apresenta fases e vivê-las da melhor maneira, trabalhando, cuidando da vida afetiva, vivendo bons momentos de lazer e aceitando as etapas e suas características. Temos que saber aproveitar as oportunidades sempre. E elas aparecem independente da idade. Os filhos crescem e nós crescemos junto com eles.


É comum, atualmente, os pais não lidarem bem com o envelhecimento? Por quê?


Eu acredito que as pessoas estão lidando muito bem com o envelhecimento, nunca vi e ouvi tanta gente madura lidando bem com o envelhecimento. As pessoas trabalham mais, estudam, se casam novamente, viajam. Cognitivamente os velhos estão mais ativos e fisicamente também, as academias, os parques mostram o número de pessoas mais velhas em atividade.



http://dialogandonaeducacaoinfantil.blogspot.com/2015/09/envelhecimento.html

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Video game


 Video game pode ajudar na alfabetização de pessoas com dislexia


Estudo prova que jogos de ação podem contribuir com melhorias cognitivas aos pacientes


Um novo estudo desenvolvido pela Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, concluiu que jogos de videogame - especialmente os de ação - podem contribuir com melhorias cognitivas aos pacientes que apresentam sintomas de dislexia (desvio de atenção). O trabalho foi publicado hoje na revista científica "Current Biology".


Um grupo de participantes realizou testes nos quais eles eram obrigados a apertar um botão o mais rápido possível quando ouviam um som, viam um clarão, ou experimentaram as duas sensações ao mesmo tempo. A velocidade de ração de cada um foi registrada e analisada.


Os dados colhidos mostraram que as pessoas com dislexia eram particularmente lentas na mudança de sensação. Em outras palavras, eles mostraram "lenta mudanla de atenção", especialmente quando solicitados a alterarem a atenção de um flash de luz para um som.


Com os resultados em mãos, os pesquisadores propuseram uma abordagem única (não-verbal) para melhorar a leitura e a escrita desses pacientes por meio da utilização de video games de ação.


- Nossa proposta é estimular a mudança de atenção visual para auditiva por meio desses jogos, que permitem uma alteração constante do foco. Os games têm sido responsáveis por melhorar as habilidades multitarefa e também pode beneficiar a velocidade com que as pessoas com dislexia mudam o foco de um sentido para o outro. Isso precisa ser usado na alfabetização - concluiu a chefe da pesquisa Vanessa Harrar.


Fonte: Jornal da Ciência




http://dialogandonaeducacaoinfantil.blogspot.com/search/label/Not%C3%ADcias

A Inclusão





 "A Inclusão é um processo. Isto significa que a inclusão tem que ser vista como uma procura sem limites para encontrar as melhores formas de responder à diversidade. Significa aprender a viver com a diferença e aprender a aprender com ela. Desta forma, as diferenças passam a ser vistas duma maneira mais positiva como um estímulo para encorajar a aprendizagem, entre crianças e adultos.” In "Orientações para a Inclusão" (UNESCO, 2005).


A interação com o meio faz a diferença para indivíduos Down.


Muitas vezes, o professor tem dificuldade inicial em aceitar a criança com SD por desconhecimento da síndrome e aparente resistência com o diferente.


Recebendo o aluno com Síndrome de Down:


1º) Informar-se;


2º) Conhecer a história familiar;


3º) Conhecer a criança individualmente.


John Langdon Down, médico britânico descreveu a síndrome em 1866. Em 1958, o geneticista. Jérôme Lejeune - Distúrbio genético na distribuição e, ao invés de 46, as células recebem 47 cromossomos e este cromossomo a mais se liga ao par 21. Termo Trissomia do 21. O número de cromossomos presentes nas células de uma pessoa é 46 (23 do pai e 23 da mãe).


De acordo com ECLAMC – Estudo Colaborativo Latino-Americano de Malformações Congênitas, o risco de uma mulher de 34 anos, gerar uma criança com SD é de (1/392), e para uma mãe de 40 anos, o risco é de (1/80).


No estudo de Pereira-Silva (2000), com seis famílias de crianças com SD, quatro mães tinham idades entre 36 e 43 anos.


Estes dados não descartam a possibilidade da incidência em crianças com mães mais jovens.


Características: 

Alegre, imita os outros, precisa de contatos físicos. É sociável, gosta de jogos, aprecia música. Obesidade é frequente - Sensível e Afetiva. Opositora, teimosa e irritada. Baixa tolerância à frustração.


O que é SD? 

SD é essencialmente um atraso do desenvolvimento das funções motoras e das funções mentais. A criança com SD vai conquistando embora com atraso, as diversas etapas do desenvolvimento. A linguagem dessas crianças é bastante comprometida, se comparadas com o grupo de crianças com desenvolvimento típico. Apresentam expressão verbal e gramatical pobre. Porém algumas crianças podem atingir altos níveis de linguagem. A maioria dos SD faz uso funcional da linguagem e compreende as regras utilizadas nas conversações.


A SD pode ter graus diferentes? N Ã O


Assim como qualquer criança, as crianças SD também se desenvolvem diferentemente umas das outras. Apesar da variação entre as crianças, todas apresentam Deficiência Mental. Pessoas com SD têm uma habilidade cognitiva abaixo da média, variando de Retardo Mental Leve a  Moderado ou Grave. Um pequeno número de afetados possui Retardo Mental Profundo.


As crianças com SD apresentam problemas de saúde: → Malformação cardíaca em 50% dos casos; → Malformação do intestino; → Deficiência imunológica; → Problemas de visão e audição; → Doença do refluxo gastroesofágico; → Apneia de sono obstrutiva e problemas respiratórios; → Problemas odontológicos. → Disfunções da glândula tireoide.


Como é o desenvolvimento da criança com SD? 

 → O desenvolvimento ocorre em um ritmo mais lento que o das crianças típicas.


Apesar do atraso na área motora a criança SD pode executar tarefas simples, mas a Deficiência Mental vai exigir mais estímulos.


Como estimular a criança com SD? 

Os professores propõem atividades que a criança SD seja capaz. A partir destas conquistas, o estímulo vai aumentando o grau de dificuldade e exigência. A participação na vida social e escolar auxiliará seu desenvolvimento cognitivo e emocional. É aconselhável em turno inverso que a criança receba apoio de especialistas de acordo com suas necessidades; Psicopedagogo, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional entre outros.


Como é o temperamento? 

A criança com SD também tem sua personalidade, como todas as outras. Depende em grande parte de suas experiências.


Como a criança deve ser educada? 

Deve ser educada como qualquer outra criança. Os pais devem impor limites. Será necessário maior cuidado, pois a criança vai demorar mais para aprender.


Se o professor trata a criança com aceitação e naturalidade, os colegas também o farão. O professor deve procurar não superproteger a criança, interferindo o menos possível. Trabalhos especializados devem ser realizados individualmente num tempo determinado para aquela criança.Não se deve tratar a criança como se ela fosse mais fraca ou diferente, fazendo exigências ou restrições aos outros da turma. Os colegas poderão se sentir com pena, com raiva, com responsabilidade excessiva ou em segundo plano.


O quê deve ser dito aos colegas de classe? 

Vai depender da faixa etária da turma.


Poderá ser explicado que o colega com SD aprenderá as coisas do mesmo jeito que todos, talvez um pouco mais devagar. Evite expor a criança em situações de indagações e comentários. 

Sandra H. Pio – Psicopedagoga – Reg. MEC 7526

terça-feira, 15 de junho de 2021

Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?


Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.


No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.


Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.


Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa conseqüências terríveis. Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.


Veja um texto a este respeito e a resposta dos Professores Luis Rohde e Paulo Mattos:


Why I Believe that Attention Deficit Disorder is a Myth


Porque desinformação, falta de raciocínio científico e ingenuidade constituem uma mistura perigosa


O TDAH é comum?

Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.


Quais são os sintomas de TDAH?

O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:


1) Desatenção


2) Hiperatividade-impulsividade

O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.


Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos (“colocam os carros na frente dos bois”). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.


Quais são as causas do TDAH?

Já existem inúmeros estudos em todo o mundo – inclusive no Brasil – demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.


Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.


O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).

Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.


A) Hereditariedade:

Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial).


Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo “desatento” ou “hiperativo” simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos.


Os estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade etc…). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a doença. Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos são muito mais parecidos (também se diz “concordantes”) do que os fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TDAH.


A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único “gene do TDAH”. Além disto, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.


B) Substâncias ingeridas na gravidez:

Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.


C) Sofrimento fetal:

Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.


D) Exposição a chumbo:

Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.


E) Problemas Familiares:

Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais).


Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.


F) Outras Causas

Outros fatores já foram aventados e posteriormente abandonados como causa de TDAH:

1. corante amarelo

2. aspartame

3. luz artificial

4. deficiência hormonal (principalmente da tireóide)

5. deficiências vitamínicas na dieta.

Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas.



https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Inserção de autistas em mercado de trabalho.




A inserção de autistas no mercado de trabalho foi o tema debatido no evento “Autismo e Mercado de Trabalho – Encaixando as Peças”, realizado nesta terça-feira, na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Porto Alegre. Foram abordados diversos temas passando pela caracterização do espectro autista, legislação, relatos de experiências positivas e barreiras criadas por aqueles que se recusam a cumprir a lei.


Há cinco anos o Rio Grande do Sul tem um projeto pioneiro de preparação de deficientes para o mercado de trabalho, sendo que no ano passado 13 autistas começaram a trabalhar por meio deste projeto, que é uma parceria do MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).


A inclusão de autistas no mercado de trabalho é algo recente, uma vez que até o final de 2012 eles não eram reconhecidos como deficientes.


Quando se leva em conta todo o tipo de deficiência, dados nacionais do ano passado mostram que 41 mil deficientes foram contratadas por empresas, sendo que 4,5 mil destas vagas são do Rio Grande do Sul.


Dados fornecidos pelas empresas apontam que mais de 325 mil deficientes estavam inseridos no mercado de trabalho no País, em 2011, sendo que 5,78% tinham algum tipo de deficiência mental ou intelectual – onde se insere o autismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estas são as deficiências que mais encontram dificuldades na inserção social.


“Não está na pessoa apenas (a deficiência), mas na interação dos impedimentos com a sociedade é que está essa deficiência”, disse a coordenadora do Núcleo de Igualdade no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, Ana Costa. “As barreiras não são apenas físicas e de comunicação, mas também as do preconceito”, completa.


Nas empresas, a maior dificuldade está em encontrar uma função na qual o autista se enquadre, e não o contrário. O trabalho de inclusão passa pelo conhecimento de cada caso e na busca de uma função que possa ser exercida por essa pessoa, dada a sua condição. “Às vezes, as próprias famílias têm dificuldades de ver qual é a capacidade de trabalho dos seus filhos”, conta Ana Costa.


Mas apesar dos bons exemplos, algumas empresas ainda preferem arcar com multas de mais de R$ 170 mil ao invés de cumprir a cota exigida pela lei.


Fonte: Terra


http://dialogandonaeducacaoinfantil.blogspot.com/search/label/Autismo





Envelhecimento dos Pais

Que tipo de prejuízo os pais que não sabem envelhecer causam aos filhos?


Eu não diria o que é saber envelhecer. Cada um envelhece de acordo com o tipo de vida que sempre levou. Pessoas bem resolvidas, que administram suas vidas afetiva e financeiramente de maneira saudável, terão se planejado para uma velhice mais tranquila. Já os pais que sempre foram desorganizados terão dificuldades na velhice. Portanto acredito que estes filhos então adultos já conhecem o comportamento de seus pais e saberão lidar com cada um. Não será a velhice que vai trazer prejuízos.


Qual é a melhor forma de enfrentar a realidade do envelhecer encarada no crescimento dos filhos?


Enfrentar o envelhecimento é enfrentar a vida. Ter objetivos, planejamento e autoestima. Acreditar que a vida nos apresenta fases e vivê-las da melhor maneira, trabalhando, cuidando da vida afetiva, vivendo bons momentos de lazer e aceitando as etapas e suas características. Temos que saber aproveitar as oportunidades sempre. E elas aparecem independente da idade. Os filhos crescem e nós crescemos junto com eles.


É comum, atualmente, os pais não lidarem bem com o envelhecimento? Por quê?


Eu acredito que as pessoas estão lidando muito bem com o envelhecimento, nunca vi e ouvi tanta gente madura lidando bem com o envelhecimento. As pessoas trabalham mais, estudam, se casam novamente, viajam. Cognitivamente os velhos estão mais ativos e fisicamente também, as academias, os parques mostram o número de pessoas mais velhas em atividade.


http://dialogandonaeducacaoinfantil.blogspot.com/2015/09/envelhecimento.html

domingo, 18 de abril de 2021

As Dificuldades de Aprendizagem na Educação Infantil e a Psicopedagogia

As dificuldades de aprendizagem que aparecem precocemente em crianças na Educação Infantil, muitas vezes são tratadas pela família e a escola como algo que vai passar. Isto nem sempre acontece, na maioria das vezes estas dificuldades de aprendizagem acompanham a criança na escola de ensino regular


Imaturidade não é a única causa de tais transtornos, uma avaliação cuidadosa realizada por um profissional especializado é o mais indicado, desde o momento em que alguma dificuldade se manifeste, independente da idade.


Crianças que apresentam dificuldades em acompanhar o ritmo da sua turma na aquisição de novas habilidades básicas, estão mais propensas em apresentar problemas nas diferentes áreas escolares nas séries futuras, manifestando-se na área cognitiva, social e emocional.


Cabe ao professor, na Educação Infantil estar atento nestas primeiras experiências da criança. O desempenho escolar está iniciando e lacunas não deverão acompanhá-la. Caso contrário, a criança começa a carregar o sentimento de menos valia, de não enfrentar as dificuldades, desistir da busca pelo novo, da curiosidade e a demonstrar pouco prazer em aprender.


A criança pequena ainda não verbaliza os seus sentimentos, os sintomas poderão manifestar-se de diferentes formas. Ela pode tornar-se ansiosa, isolar-se, não dormir bem, apresentar condutas regressivas, como urinar na cama, roer unha, morder, chorar por qualquer coisa, etc. Algumas se dizem cansadas e dores imaginárias aparecem ou irritação constante. Estão sempre frustradas e insatisfeitas.


A criança saudável demonstra muita curiosidade. Cabe ao professor dirigir um olhar de investigação para aquela criança que não se interessa pelo novo, demonstra apatia, isolada ou até agressiva. Esta criança pode estar enfrentando alguma dificuldade de aprendizagem entre outros problemas que possa estar passando. Muitas vezes mesmo se esforçando a criança não consegue acompanhar o ritmo de seus coleguinhas na aprendizagem.


Com autoestima baixa, aparecem comportamentos inseguros, agressivos, negação, falta de investimento e prazer na aprendizagem. A escola deverá em conjunto com a família buscar meios de ajudar, visto que nesta faixa etária sua identidade está em formação.


Em fase inicial de aprendizagem, a criança ser mal sucedida pode ser alvo de críticas constantes por parte da família e até mesmo da escola. O contrário deve acontecer. Deve ser estimulada para vencer suas dificuldades e medos, e valorizada em suas conquistas sempre respeitando seu ritmo.


A criança que apresenta dificuldades passa a acreditar que é diferente dos demais por não conseguir bons resultados. Apesar de seus esforços tenderá a se achar menos capacitada e cada vez investe menos na aprendizagem que passa a ser algo que não lhe traz prazer e sim sofrimento.


Cabe aos profissionais da Educação Infantil o olhar específico para o desenvolvimento da criança. É indispensável, conhecer as características das faixas etárias. É através de observações diárias, dos jogos e brincadeiras, de comportamentos manifestos do aluno que o adulto estimula e acompanha o desempenho da criança para que em caso de necessidade possa solicitar à família uma avaliação de um especialista o mais breve possível.


Afastar desde cedo, problemas significativos de aprendizagem da criança, que poderão prejudicar seu desenvolvimento no futuro colaborando para o insucesso na vida escolar e na vida pessoal desta criança é responsabilidade não só da família como de todos os profissionais da educação que acompanham a criança.

http://dialogandonaeducacaoinfantil.blogspot.com/2013/09/as-dificuldades-de-aprendizagem-na.html




As Crises de Birra



As crises de birra são reações à frustração, que ocorrem a partir do segundo ano de vida. Manifestam-se através de choro, gritos, empurrões, se jogam no chão entre outros.


Essas crises são desencadeadas por negativas ou exigências feitas e se constituem em manobras que as crianças utilizam para intimidar e, com isso, alcançar o seu desejo.


A repetição das crises depende quase que exclusivamente da atitude dos adultos. Se as crianças perceberem que os pais realmente se intimidam diante das cenas de birra, então provavelmente estas se repetirão, em frequência e intensidade proporcionais ao temor dos pais.


A criança aprende que repetindo aquele comportamento, por mais desgastante que seja é um meio de alcançar os seus desejos.



http://dialogandonaeducacaoinfantil.blogspot.com/2013/08/as-crises-debirra-as-crises-de-birra.html


sábado, 3 de abril de 2021

Conversando sobre Inclusão Escolar





Pergunta 1 - Como o professor deve estabelecer a relação em sala de aula com criança com TEA?


Sandra - O professor deve procurar tratar a criança da mesma maneira que trata as demais. Caso contrário a Inclusão estará prejudicada. A principal condição para uma boa relação professor – aluno é a aceitação. Numa sala de aula nenhuma criança é igual à outra ou aprende do mesmo jeito, cada um tem suas habilidades e dificuldades. Claro que em alguns casos o professor vai precisar de um olhar mais atento, técnico para atender a necessidade daquele aluno. Algumas situações como; ajudar na organização dos materiais, na data, nos temas, na realização de alguma tarefa, são meios do professor se relacionar individualmente que propiciam um vínculo de confiança necessário para a aprendizagem. O ideal é que com o passar do ano letivo o aluno posso integrar-se no ritmo da turma. Sabe-se que com alunos TEA, dependendo do caso, a necessidade de um mediador é fundamental.



Pergunta 2 - E com outras crianças que também apresentem alterações neurológicas?


Sandra - Penso que a relação professor – aluno deve acontecer baseada no afeto, na aceitação do “diferente”, no compromisso de atender as necessidades da criança dentro de suas possibilidades, seja qual for a dificuldade, síndrome ou deficiência. O professor tem que planejar a partir da realidade da turma e muitas vezes, no caso da Inclusão, atendendo individualmente a criança através de um Plano Individualizado que contemple suas habilidades.



Pergunta 3 - Como os pais dessas crianças devem se relacionar com os professores dos seus filhos?


Sandra - Esta pergunta é bastante difícil nos dias de hoje. Esta relação tem que ser bem construída, com ética, conhecimento e respeito. O ideal é que seja uma troca diária de confiança e responsabilidades da forma mais verdadeira possível.



Pergunta 4 - Como esses pais devem participar das atividades escolares?


Sandra - Os pais devem participar como todos os outros, nos momentos que a escola solicita sua participação ou presença. Acredito na Inclusão quando a escola coloca o aluno deficiente no mesmo patamar dos demais. Se os pais exigirem além do que a escola oferece para todos, deixa de ser Inclusão. Vejo muita escola excluindo em vez de incluir. Os pais no momento que contratam o serviço devem procurar conhecer e ler o Projeto Político Pedagógico, certificar-se se é uma escola que acredita e investe na Inclusão, se os professores têm formação necessária. Após este contato, com matrícula realizada devem atender e respeitar as regras com confiança. Lógico que observando as adaptações necessárias para a necessidade da criança; laudo médico em caso de necessidade de Plano Individual de Ensino e outros de acordo com o caso. Inclusão só acontece quando família e escola trabalham juntas com respeito e conhecimento para não prejudicar por falta ou excesso de cuidados.



Pergunta 5 - Como o professor conduz a mediação de conflitos entre alunos quando um deles é especial?


Sandra - É fundamental que os professores tenham conhecimento da deficiência do aluno, dos sintomas, das características e de métodos de manejo. Desde a Educação Infantil é extremamente importante trabalhar com os demais sobre as diferenças. Eu particularmente gosto muito de orientar professores e famílias usando uma frase “Ninguém é Igual a Ninguém” – faz bem para todos, deficientes ou não. No caso de um conflito, o professor deve mediar ouvindo os dois lados, não é porque o colega é deficiente que ele tem direito de desrespeitar o outro. O deficiente merece ser educado para ter boas maneiras, na escola e lá fora. Por vezes, o professor vai ter que falar individualmente com a criança típica e solicitar compreensão, respeito à dificuldade do colega e ensinar que ele demora mais para compreender por causa da deficiência. É importante o professor falar claramente, tratar com a verdade para que os colegas aprendam a respeitar e conhecer a dificuldade do outro. Mediar sempre, ouvindo os dois lados e de forma imparcial decidir com justiça.



Pergunta 6 - Como o professor lida com a indisciplina escolar de um aluno especial?


Sandra - O professor não pode permitir indisciplina na sala de aula tendo alunos de Inclusão ou não. A criança deficiente precisa de regras e limites como todos os outros. Por vezes o professor tem que ser mais repetitivo porque a criança por ter uma deficiência pode demorar mais a aprender. Em conversa com a família, com os especialistas, é indicado planejar meios de prevenção, no caso de acontecer, mostrar que não é aceito e retomar sempre que necessário. Temos que considerar que a criança vai crescer e vai precisar se inserir na sociedade. A escola é a instituição responsável junto com a família em prepará-la para a vida, de forma saudável, respeitando as regras, integrada e interagindo com os demais para se tornar um adulto feliz, com autonomia, dentro de suas condições.

http://dialogandonaeducacaoinfantil.blogspot.com/search/label/Inclus%C3%A3o

TDAH - 7 Regras para a Família e a Escola

 


São 7 regras que a família e a escola juntas poderão projetar um programa para a criança portadora de TDAH.


1. Regras e instruções devem ser claras, breves e (quando possível) representadas fisicamente sob a forma de cartazes, listas e outros lembretes visuais. Acreditar na memória da criança e em lembretes verbais geralmente não funciona. Encoraje a criança a repetir as instruções em voz alta e repeti-las a si mesmas em baixo tom enquanto segue as instruções.


2. Recompensas, punições e respostas usadas para manejar o comportamento da criança devem ser dispensados de maneira rápida e imediata, e a abordagem total para a utilização de consequências deve ser bem planejada e organizada.


3. Respostas ou resultados frequentes por seguir regras são cruciais para manter a obediência da criança.


4. Crianças com TDAH são menos sensíveis a elogios sociais e reprimendas; portanto, as consequências por bom ou mau comportamento devem ser mais vigorosas do que aquelas necessárias para controlar o comportamento de crianças sem TDAH.


5. Recompensas e incentivos devem ser usados em vez da punição, ou seu filho passará a encarar a escola como um local em que provavelmente ele vai ser mais punido do que recompensado. Certifique-se de que o professor espera uma semana ou duas após estabelecer um programa de recompensas na escola antes de começar a usar punições. Certifique-se, então, que o professor fornece duas ou três recompensas para cada punição. Quando as punições falham, veja inicialmente se as recompensas são insuficientes; quando forem, as punições não controlarão o comportamento do seu filho.


6. Sistemas de recompensas com fichas podem permanecer eficazes durante um ano escolar inteiro com mínima perda de intensidade, já que as recompensas são alteradas frequentemente. Crianças que apresentam TDAH enjoam de determinadas recompensas mais rápido que outras crianças, e professores que não são capazes de reconhecer esse fato geralmente abandonam o programa de fichas muito precocemente, acreditando que ele parou de funcionar.


7. A antecipação é o segredo com crianças que apresentam TDAH, especialmente durante as fases de transição. Para assegurar que seu filho está atento a uma mudança que está para acontecer, peça ao professor para seguir as estratégias. (a) Revise as regras antes de prosseguir com novas atividades; (b) faça com que a criança repita essas regras, incluindo recompensas por bom comportamento e punição por má conduta e (c) dê seguimento ao plano quando a atividade começar. Aqui, a mensagem importante para os educadores é: Pense em voz alta, pense para frente.


Compartilhe com o professor!



http://dialogandonaeducacaoinfantil.blogspot.com/2017/07/tdah-7-regras-para-familia-e-escola_25.html


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO.

 


CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TDAH SOFREM MENOS QUEIMADURAS QUANDO FAZEM USO DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO.


Qual será a relação entre TDAH e queimaduras?


De acordo com um estudo realizado em Taiwan, crianças e adolescentes com TDAH que fazem uso de medicação sofrem menos queimaduras que crianças e adolescentes com TDAH não medicados.


Essa relação a princípio parece fazer sentido: a desatenção pode ser um fator para a causa de acidentes.


Para realizar esse estudo, foram coletadas informações de um banco de dados de saúde nacional de Taiwan. Foram selecionados para a amostra indivíduos com menos de 18 anos com diagnóstico de TDAH (n=90.634) entre janeiro de 1996 e dezembro de 2013.


Os pesquisadores encontraram que:


Crianças e adolescentes com TDAH não medicados tinham um risco de 6,7% de sofrer queimaduras. Em contrapartida, aqueles que tinham recebido medicação por 3 meses ou menos tinham 4,5% de risco e aqueles que haviam recebido medicação por mais de 3 meses tinham um risco de 2,9%


Portanto, segundo os resultados, quando as crianças e os adolescentes eram tratados com medicação, havia uma queda no risco de queimaduras, sendo que aqueles que receberam ao menos 3 meses de medicação tiveram metade do risco daqueles que não receberam medicação.


Isso vai de encontro com pesquisas anteriores que sugeriram um link entre TDAH e maior tendência a sofrer acidentes, com esse link sendo especialmente maior para pacientes que não fazem uso de medicação.


Apesar de o desenho do estudo não ser capaz de mostrar relação de causa e efeito, parece plausível que o não uso de medicação aumente a incidência de queimaduras.


Esse estudo serve para ilustrar como o TDAH pode impactar a vida de uma pessoa, não só na sua saúde emocional como também na sua saúde física.


Comentário da curadoria do PRODAH:

Reforçando a ideia de que esse estudo não indica causalidade, lembrar que pais que buscam tratamento para o TDAH de suas crianças podem ser também pais que tem maior atenção aos seus filhos, incluindo aí os cuidados para evitar acidentes.


Artigo adaptado e traduzido de: https://blogs.psychcentral.com/adhd-millennial/2020/07/children-with-adhd-get-fewer-burns-when-they-receive-medication/


Referência:

Chen, V., Yang, Y., Yu Kuo, T., Lu, M., Tseng, W., Hou, T., . . . Gossop, M. (2020). Methylphenidate and the risk of burn injury among children with attention-deficit/hyperactivity disorder. Epidemiology and Psychiatric Sciences, 29, E146. doi:10.1017/S2045796020000608

















DIAGNÓSTICO DE TDAH

 




RECEBER UM DIAGNÓSTICO DE TDAH PODE PREJUDICAR A PERFORMANCE ACADÊMICA?


O diagnóstico de doenças -tanto físicas como mentais- além de influenciar no tratamento e prognóstico, possui um impacto psicológico no paciente. Comparando-se afecções físicas e mentais, esse impacto pode ser muito maior nos transtornos psiquiátricos, seja pelo estigma social ou por serem doenças com potencial de influenciar diversos aspectos da vida.


Recentemente, foi publicado um estudo sobre os efeitos do diagnóstico de TDAH em crianças no Sociology of Education. Os resultados levantam uma questão interessante: a intensidade dos sintomas antes do diagnóstico pode estar associada ao ajustamento após o mesmo. No estudo, as crianças que tinham sintomas menos graves de TDAH antes do diagnóstico que usaram medicação ou não tinham ajustamento de comportamento social e acadêmico pós diagnóstico pior do que as crianças sem TDAH. Já as crianças com sintomas mais graves de TDAH antes do diagnóstico que usaram medicação tiveram um ajustamento pós-diagnóstico similar ao das crianças sem diagnóstico. Os autores do estudo interpretaram os achados como sinalizando que o diagnóstico e tratamento teve um efeito deletério em crianças com TDAH mais leve, diferentemente dos casos de TDAH com sintomas mais intensos.


Alguns pesquisadores teorizam que crianças com TDAH em idade escolar demonstram consciência das diferenças entre elas e os outros, fazendo com que elas inconscientemente diminuam sua performance em medidas sociais e acadêmicas em comparação com seus colegas, ao mesmo tempo em que a medicação poderia reforçar essa diferença de percepção.


Outros estudos também sugerem o impacto do rótulo na avaliação dos estudantes pelos professores. Mesmo quando apresentados com descrições hipotéticas sobre estudantes, os professores tendiam a avaliar a inteligência, o comportamento e a personalidade dos estudantes com TDAH desfavoravelmente em relação com seus colegas.


O estudo publicado no Sociology of Education analisou dados longitudinais de cerca de 10.000 estudantes de ensino fundamental dos Estados Unidos. Os dados, retirados da Early Childhood Longitudinal Study-Kindergarten Cohort (ECLS-K), foram coletados entre 1998 a 2008 pelo National Center for Education Statistics. Esses dados permitiram que pesquisadores observassem os efeitos a longo prazo do diagnóstico de TDAH e da medicação na performance acadêmica e social das crianças.


Contudo, os dados do ECLS-K possuem várias limitações. Todos os dados sobre TDAH provém de apenas três perguntas feitas aos pais sobre o diagnóstico entre a primeira e terceira séries do ensino fundamental, ou seja, nenhuma avaliação diagnóstica foi feita. A pergunta sobre uso de medicação foi feita apenas sobre uso corrente. Portanto, se naquele período, os pais reportaram que seus filhos não faziam uso de medicação, o ECLS-K computou que eles nunca fizeram uso de medicação, mesmo que tenham feito uso anteriormente ou que viessem a fazer uso depois. Isso pode ter feito com que as conclusões desses estudos sobre o impacto do uso de medicação na aprendizagem tenham sido enviesadas. Além disso, não houve avaliação da dosagem, aderência e o tempo de tratamento do TDAH, fatores que podem contribuir na performance. Sabe-se, por exemplo, que pais de crianças com sintomas mais graves de TDAH tendem a manter de forma mais consistente o tratamento medicamentoso de seus filhos, o que poderia resultar nos melhores resultados para esse grupo vistos no estudo. Pais de crianças com sintomas de TDAH mais leve aderem pior, o que pode determinar pior ajustamento futuro de seus filhos pelo uso inadequado do tratamento.


“Nós precisamos de um estudo de acompanhamento longo, com controles -não apenas estudantes não diagnosticados- que acompanhe os participantes dos 7 aos 18 anos”, disse o Dr Atih Amanda Seif, psiquiatra de crianças e adolescentes de Los Angeles, “uma vez que muitos estudantes não demonstram sintomas de TDAH até a adolescência”. Além disso, ao focar em melhorias em testes padronizados “estamos focados em medidas que podem mascarar outras melhorias que os estudantes experienciam ao tomar medicação para os seus sintomas de TDAH”.


Apesar das falhas potenciais nesses estudos, esses achados nos lembram a importância de se levar em consideração as percepções e o estigma envolvendo o TDAH e os problemas de comportamento ou aprendizado. Eles também apontam para o estresse dos pais e professores e para a estrutura dos sistemas de ensino que se baseia fortemente em testes padronizados.


Artigo adaptado e traduzido de: https://www.neurologyadvisor.com/topics/neurobehavioral-disorders/adhd-diagnosis-effect-on-academic-performance/


http://focustdah.com.br/2020/08/30/receber-um-diagnostico-de-tdah-pode-prejudicar-a-performance-academica/




 


 

domingo, 24 de janeiro de 2021

A distração pode envenenar o erotismo em seu casamento TDAH.




TDAH e sexo: É um assunto sobre o qual quase ninguém escreve, embora quase todos os adultos com TDAH que eu tratei tivessem um problema sexual relacionado ao TDAH. Uma das queixas mais comuns é a falta de intimidade sexual. Isso não significa ausência de sexo, mas sexo que não promove a intimidade emocional genuína.

O sexo bom é possível somente quando ambos os parceiros em um casamento TDAH se sentem relaxados e se divertem – e são capazes de se desligarem do mundo lá fora, para curtir o momento. Isto não é fácil para adultos com TDAH. Como um homem que tem dificuldade de se deter poderá aproveitar o sexo? Como poderá uma mulher focalizar-se em dar prazer (ou em obtê-lo) se ela estiver pensando na reforma da sala de estar ou em mandar um e-mail?

O tédio sexual é outro grande problema. Adultos com TDAH se excitam com todas as coisas, e isso inclui as relações sexuais. Conforme um relacionamento amadurece, e a paixão inevitavelmente diminui, o portador de TDAH pode perder o interesse em sexo e passar para outras atividades ou outras pessoas que sejam mais estimulantes.  O enfado com o sexo é uma razão para a alta taxa de divórcio entre casais TDAH.

Em alguns relacionamentos, a falta de intimidade sexual reflete uma luta pelo poder. Tipicamente, o parceiro não TDAH começará a assumir um controle cada vez maior para as compras, as finanças, o cuidado com os filhos e qualquer outra coisa que aconteça em casa. Em algum ponto, ele começará a se ressentir de ter de fazer todo o trabalho e a importunar seu par.

Enquanto isso, o parceiro TDAH começará a se sentir mais como um filho do que como um amante. Isso cria um problema duplo: o esposo não TDAH fica tão ressentido que o sexo não desperta mais muita alegria, enquanto o esposo TDAH, com sua visão cada vez maior do parceiro como um pai, tem seu próprio interesse sexual diminuído. E assim, a energia, que antes era devotada ao sexo, é canalizada para passatempos e outras ocupações não sexuais.

Você gasta grande parte do seu dia relembrando, bajulando ou instigando seu parceiro – ou vice versa? Se for assim, as chances são que você esteja em um desses frustrantes relacionamentos antieróticos.

Em outros relacionamentos, o problema é o pobre gerenciamento do tempo.

Pode ser que um parceiro esteja disposto, enquanto o outro esteja dormindo. Ou pode ser que um esteja esperando no quarto enquanto o outro esteja no computador, vendo o mercado de ações. Uma paciente minha chamava o computador do seu marido de “amante de plástico”. Infelizmente, esses casais geralmente assumem que algum conflito escondido esteja impedindo que eles façam sexo, quando o que eles realmente têm é um problema de horário.

Não importa qual o problema que você enfrente, o primeiro passo para resolvê-lo é entender que o TDAH tem o maior papel no modo como você se relaciona sexualmente com o outro. O segundo passo é reconhecer que o problema é provavelmente de natureza biológica, em vez de emocional. Em outras palavras, não é porque vocês não se amam. É que maus hábitos influenciados pelo TDAH tomam conta.

O parceiro TDAH precisa aprender como curtir. Praticar em locais não ligados a sexo, por exemplo, conversar com o par, tomando café, ou visitar um museu juntos, antes de tentar desenvolver as habilidades de cama. E ambos necessitam deixar de lado os ressentimentos e trabalhar para reequilibrar seu relacionamento. Um terapeuta experiente poderá auxiliar nesses problemas. Se você estiver mergulhado no padrão pai/filho que eu descrevi, é essencial começar a dividir as responsabilidades de organização, cuidados com os filhos etc. Gradualmente, o romance reaparecerá.



A distração pode envenenar o erotismo em seu casamento TDAH. A seguir, como você poderá reviver a intimidade, o mistério e a excitação com seu par. Por Edward Hallowell, M.D.

sábado, 2 de janeiro de 2021

TEMPO DE EXPOSIÇÃO A TELAS ANTES DE DORMIR E O EFEITO NO SONO DE CRIANÇAS




Muito se houve falar, sobretudo quando o tema é higiene do sono, que a exposição às telas como televisão e celular próximo ao horário de dormir tem um efeito negativo na qualidade do sono, o que pode ser um motivo de preocupação para pais de crianças e adolescentes.


Um estudo financiado pelo instituto Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development (NICHD) encontrou que o uso de mídias eletrônicas a noite estava associado a redução do sono em crianças, mais acentuadamente naquelas que pontuavam menos em uma medida de auto-controle – a capacidade de filtrar impulsos inapropriados, focar a atenção e completar tarefas difíceis.


Embora seja possível ajudar crianças a desenvolver auto-controle, os pesquisadores dizem que seria mais produtivo ajudá-las a desenvolver um hábito saudável de uso de telas e de rotina de sono antes da adolescência, quando os pais passam a ter menos influência nos hábitos de sono de seus filhos.


O estudo foi conduzido por Kathryn Lemery-Chalfant, Ph.D., da Arizona State University, e colegas e foi publicado na Psychological Science.


Estudos anteriores haviam associado o uso de mídias eletrônicas próximo do horário de dormir com diferenças na qualidade, quantidade e tempo de sono em crianças e adolescentes. O presente estudo se propôs então a avaliar se essa associação variaria de acordo com as características das crianças. Eles buscaram determinar se diferenças na capacidade de auto-controle seriam capazes de influenciar o sono após o uso de mídias.


Os pesquisadores acompanharam o padrão de sono de 547 crianças, com idades entre 7 e 9 anos, por uma semana. Os pais mantinham diários dos horários que seus filhos iam dormir e acordavam e dos horários em que eles usavam mídias. O uso de mídias consistia em usar um computador desktop ou laptop, ver televisão, jogar videogames ou usar um telefone celular ou tablet para jogos ou internet.  Para avaliar objetivamente o sono, as crianças usavam actígrafos – dispositivos semelhantes a um relógio de pulso que analisava os seus movimentos e a luz ambiente. Ao registrarem  inatividade, os pesquisadores estimavam quanto tempo as crianças dormiram.


Os pais responderam ao questionário “Temperament in Middle Childhood Questionnaire”, desenhado para pontuar os traços de personalidade dos seus filhos, incluindo o auto-controle. As medidas de auto-controle incluíam o grau de capacidade que as crianças tinham para se obrigar a fazer os temas de casa, mesmo quando elas tinham vontade de brincar; se elas se distraiam facilmente ao ouvir uma história e se elas tinham facilidade em esperar para abrir um presente.


Em média, as crianças dormiam 8 horar por noite e usavam mídia antes de dormir em 5 das 7 noites. Aquelas que usavam mídia antes de dormir, dormiam em média 23 minutos a menos por noite e iam dormir 34 minutos mais tarde que aquelas que não usavam. Contudo, ao comparar usos equivalentes de mídia antes de dormir, crianças que tinham um alto grau de auto-controle dormiam 8 horas e aquelas com baixo grau de auto-controle dormiam 40 minutos a menos.


Portanto, de acordo com os resultados, a capacidade de auto-controle seria capaz de atenuar o efeito do uso de mídias a noite sobre o sono. Os pesquisadores teorizaram que crianças com baixo nível de auto-controle podem ter dificuldade de se acalmar após usarem mídias e podem ter dificuldade de adormecer. Apesar de que o auto-controle possa ser melhorado, eles adicionam, isso é um traço de personalidade e é difícil de mudar.


“Ao invés dos pais pensarem em como eles podem ajudar seu filho a melhor regular seu comportamento, eles podem tentar focar em desenvolver um cronograma mais consistente do sono e do uso de mídias”, disse a autora Leah Doane, Ph.D., da Arizona State University.


Artigo adaptado e traduzido de: https://www.nichd.nih.gov/newsroom/news/062620-screen-time

http://focustdah.com.br/2020/11/20/tempo-de-exposicao-a-telas-antes-de-dormir-e-o-efeito-no-sono-de-criancas/

O AÇÚCAR TORNA AS CRIANÇAS HIPERATIVAS?

 


Você certamente já deve ter visto representado em algum filme crianças ficando enlouquecidas após ingerirem grandes quantidades de doces. Contudo, a ideia de que o açúcar cause hiperatividade em crianças não parece ser verdadeira, com evidências científicas apontando contra essa hipótese.


Em 1995, foi publicada uma meta-analise no JAMA que agrupou os resultados de 23 estudos científicos. Os resultados encontrados apontaram que o açúcar não afetava o comportamento ou a performance cognitiva de crianças. Nesse trabalho, foram incluídos apenas estudos controlados com placebo e cegos, o que significa que as crianças, os pais e os professores envolvidos na análise não sabiam quem tinha recebido açúcar ou placebo.


Entretanto, os autores na época ressaltaram que não era possível eliminar um “pequeno efeito” e que eram necessários mais estudos.


Existe a possibilidade que certas crianças possam responder de forma diferente ao açúcar. Apesar disso, os estudos de maneira geral apontam que certamente não há um efeito tão grande quanto o dramatizado nos filmes ou relatado pelos pais.


Em 2017, outro estudo publicado no International Journal of Food Sciences and Nutrition investigou o impacto do consume de açúcar no sono e no comportamento de 287 crianças com idades entre 8-12 anos.


Os pesquisadores coletaram informações através de questionários de frequência alimentar, de sono, de comportamento e de dados demográficos. Surpreendentemente, 81% das crianças consumiam mais do que a dose diária recomendada de açúcar.


Ainda assim, os pesquisadores concluíram que “O consumo total de açúcar não estava relacionado a problemas de sono e comportamento, nem afetava a relação entre essas variáveis”.


Parece claro, portanto, que se o açúcar impacta na hiperatividade, o efeito não é acentuado nem está presente na maioria das crianças


Apesar disso, alguns pais podem ainda acreditar que seus filhos fiquem hiperativos após consumir açúcar, o que pode se dever, em parte, as expectativas dos próprios pais.


Para verificar esse efeito, um estudo publicado em 1994 no Journal of Abnormal Child Psychology avaliou 35 meninos com idades entre 5-7 cujas mães os descreviam como “sensíveis ao açúcar”.


As crianças foram divididas em dois grupos. Todas receberam placebo. Para metade das mães foi dito que seus filhos tinham recebido placebo e as outras foram ditas que seus filhos tinham recebido uma alta dose de açúcar.


Os pesquisadores filmaram as mães e os filhos enquanto eles interagiam e eram questionados quanto a interação. Os autores encontraram os seguintes achados:


As mães que acreditavam que seus filhos tinham recebido açúcar pontuaram seus filhos como significativamente mais hiperativos. Observações comportamentais revelaram que essas mães exerciam mais controle ao manter mais proximidade física bem como ao mostrar mais tendência a criticar, observar e a conversar com seus filhos do que as mães do grupo controle.


Vale lembrar também que a mídia tem um papel importante na perpetuação do mito, ao retratar em filmes e desenhos um boost de energia após o consumo de açúcar.


Além disso, muitas vezes o cenário em que as crianças consomem muito açúcar é um cenário de festas de aniversário, em que as crianças estão se divertindo e estão propensas a ficarem mais excitáveis a despeito do consumo de açúcar. De forma similar, se um doce é dado como um “presente especial”, o simples fato de receber uma recompensa pode fazer com que as crianças fiquem mais excitadas.


Mas então de onde veio essa ideia?


Em 1947, Dr. Theron G. Randolph, publicou um artigo discutindo o papel de alergias alimentares na fatiga, irritabilidade e problemas comportamentais em crianças. Além de outros fatores, ele descreveu a sensibilidade aos açucares do milho, ou ao xarope de milho, como a causa da “síndrome de fatiga´tensional” em crianças, sintomas que incluem cansaço e irritabilidade.


Nos anos 1970, o açúcar foi culpabilizado por causar hipoglicemia funcional ou reativa- em outras palavras, uma queda na glicemia (nível de açúcar no sangue) após uma refeição- o que pode causar sintomas como ansiedade, confusão e irritabilidade.


Essas foram as duas teorias proeminentes que cunharam a crença de que o açúcar impactava negativamente o comportamento de crianças. Contudo, nenhuma dessas teorias é atualmente respaldada pela literatura.


Entre os anos 1970 e 1980, muitos estudos pareciam apontar que crianças mais hiperativas consumiam mais açúcar. Entretanto, por serem estudos transversais (avaliaram as crianças em apenas um momento no tempo), é impossível dizer se o açúcar causa hiperatividade ou se a hiperatividade levava a um maior consumo de açúcar.


Desde os anos 90, os estudos que analisaram a hiperatividade e o consumo de açúcar apontaram para uma ausência de relação, sendo considerado por muitos um assunto resolvido. Porém existe uma área que ainda continua em estudo:


O grupo específico de crianças com Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).


Atualmente, alguns estudos buscam avaliar se uma dieta com alta quantidade açúcar pode aumentar o risco de desenvolvimento de TDAH enquanto outros buscam avaliar se o açúcar poderia exacerbar os sintomas de TDAH em crianças diagnosticadas.


Nesse sentido, em 2011  um estudo que acompanhou 107 crianças da quinta série não encontrou associação entre o volume total de consumo de açúcar em lanches com o desenvolvimento de  TDAH.


Já em 2019, uma  meta-analise publicada no Journal of Affective Disorders encontrou uma “evidência de associação entre os padrões alimentares e o TDAH”. Os autores desse estudo concluíram que “uma dieta com alto grau de açúcar refinado e gordura saturada pode aumentar o risco” de TDAH e que uma dieta com alto grau de frutas e vegetais seria protetiva.


Contudo, eles reconhecem que a evidência é fraca. Por exemplo, dos 14 estudos que encontraram uma relação entre dieta e TDAH, 10 usaram um desenho transversal ou de caso e controle, ambos os quais são estudos observacionais com limitada capacidade de postular conclusões.


Os autores da meta-analise também ressaltam um ponto importante: existe evidência que pessoas com TDAH têm mais tendência a engajar em comportamentos de compulsão alimentar. Isso significa que o consumo de alimentos com alto teor de açúcar -que ativam as redes de recompensa do cérebro- podem ser resultado do TDAH.


Para sumarizar, ao que parece, o açúcar não causa hiperatividade na vasta maioria das crianças. Estudos no futuro até podem encontrar um efeito pequeno, porém as evidências atuais sugerem que essa associação é um mito. Mas lembre-se: isso não significa que uma dieta com excessiva quantidade de açúcar seja benéfica, dado que ela pode implicar em outros problemas de saúde, como diabetes e sobrepeso.


Artigo adaptado e traduzido de: https://www.medicalnewstoday.com/articles/medical-myths-does-sugar-make-children-hyperactive#Sugar-and-hyperactivity-in-children




http://focustdah.com.br/2020/11/29/o-acucar-torna-as-criancas-hiperativas/