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domingo, 17 de dezembro de 2017

TDAH causa isolamento e preconceitos ao longo da vida



O profissional da área de saúde mental tem recebido em seu consultório um número cada vez maior de crianças, adolescentes e adultos com queixas de ordem emocional e ou comportamental associadas principalmente a problemas de atenção e ou aprendizagem.

Crianças dispersas e com dificuldades escolares e de sociabilização até então eram vistas na grande maioria dos casos, como conseqüentes à educação permissiva e sem limites pelos pais, ou por pais protetores em excesso, ou até mesmo por falta de umas "boas palmadas" ou problemas do próprio sistema educacional. De qualquer forma, a conseqüência sempre era mais ou menos a mesma: criança super rotulada, vivenciando o preconceito "na pele" acabava apresentando a "síndrome da desmoralização" e do "desamparo aprendido", secundárias ao fato de se sentir (e ser vista como) uma criança-problema, diferente, sem futuro, "uma criança desacreditada" dentro de seu próprio meio...

São crianças que sentem a dor do fracasso e da solidão muito precocemente e que sentem humilhação, vergonha e impotência diante de seus pares, cada qual seguindo a vida, enquanto para elas, a vida se mostrando cheia de muralhas intransponíveis...

À medida que os anos vão passando, essa sensação "de ser desacreditado" associada à percepção de "ser menos", vai fazendo com que essa criança ou esse jovem ou esse adulto acabe achando mesmo que "ele não vale a pena de ser investido" ou seja, ele opta por "jogar os panos" e tal qual aos outros, acaba por não acreditar mais em si mesmo, gerando aquilo que chamamos de "síndrome do desamparo aprendido": a própria criança já "não se leva mais à sério", e cada vez mais vão aumentando os "rombos" e as seqüelas emocionais em seu psiquismo, com conseqüente devastação em sua auto-estima, auto-confiança e auto-imagem.

Ora, vamos nos colocar no lugar de uma pessoa que não está conseguindo enxergar aquilo que lê - tudo fica embaçado e turvo. Ou como alguém que tenta entender como se resolve uma determinada tarefa e que não está conseguindo entender. Se essa condição ocorrer quase todo dia, ao final de um tempo, certamente essa pessoa vai ficar com pavor da tal situação. E é assim que muitas crianças e muitos jovens acabam por desistir da escola, não concluindo sua escolarização. Muitos pais costumam dizer: - O meu filho não aprende nada porque ele não gosta de estudar! E eu sempre respondo com veemência: NÃO!! O seu filho não gosta de estudar porque ele não está conseguindo aprender !!!!

Hoje em dia sabemos que um grande número de pessoas que apresentam sintomas como os descrito acima, tem chance de ser portador do TDAH transtorno do déficit de atenção e hiperatividade condição ainda pouco conhecida e que vem sendo muito estudada e melhor entendida nos últimos anos, com o avanço da neurociência, da genética e dos estudos de neuropsicologia e cujo tratamento é bastante eficaz. A maioria das crianças, jovens e adultos quando corretamente tratados, passam a gostar de estudar e ler. E uma vez que passam a aprender, passam a gostar de estudar. E as chances de uma vida mais plena e mais feliz ficam muito mais concretas.

Resumindo, o TDAH ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma condição neurobiológica, de inicio precoce, bastante prevalente em crianças de idade e adolescentes, com prevalência em torno de à 5 a 10% da população escolar. Quando não tratada precocemente, pode evoluir de modo adverso, numa espiral decrescente. Na prática, vemos que a vida do portador de TDAH que não é tratado, tem grandes chances de evoluir com insucessos crônicos e auto-estima baixa. Por isso, hoje em dia, é inadmissível que um paciente portador de TDAH seja atendido pelo médico sem que seja feito o diagnóstico de TDAH. É super importante o diagnóstico precoce e o tratamento correto. É bom lembrarmos que crianças e jovens não tratados, vão evoluir com sintomas na vida adulta em cerca de 50 a 60% dos casos.

Evelyn Vinocur

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Causas do TDAH - Um transtorno neuro-comportamental








Todas as pessoas, tanto crianças quanto adultos, apresentam estas características em pelo menos algumas situações - o que é completamente normal. Porém, quando as queixas e os problemas causados por elas são muito intensos, pode ser alguma outra coisa - dentre as alternativas, que a causa dos problemas seja o TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção. Se for este seu caso - ou se você estiver em dúvida, saiba que há diagnóstico e tratamento para TDAH, que pode prevenir e aliviar muito sofrimento.


O TDAH é um transtorno de "base orgânica", associado a uma disfunção em áreas do córtex cerebral, conhecida como Lobo Pré-Frontal. Quando seu funcionamento está comprometido, ocorrem dificuldades com concentração, memória, hiperatividade e impulsividade, originando os sintomas do TDAH - déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade.

Normalmente, em atividades como estudo, leitura ou outras que exijam concentração, o cérebro aumenta os níveis de ativação, justamente para dar conta das exigências. Nos casos típicos de TDAH, a característica psicofisiológica mais comum é a hipofunção / hipoativação do córtex pré-frontal, na qual uma quantidade significativa de neurônios pulsam mais devagar que o esperado, especialmente quando as circunstâncias exigem maior esforço mental e, portanto, maior ativação.

Imagens funcionais do cérebro mostraram menor ativação das áreas frontais em portadores de TDAH, especialmente ao tentar concentrar ou realizar esforço mental. Estes desequilíbrios estão relacionados à ação de neurotransmissores, que por sua vez determinam os disparos elétricos dos neurônios. Apesar de não haver certeza sobre as causas destas alterações, estudos já apontaram forte correlação entre TDAH, tanto na forma de déficit de atenção quanto de hiperatividade e impulsividade, com hereditariedade. (Imagens: Clinica Amen, EUA / Brookhaven National Laboratory).







Cérebro normal em descanso








                                                                       
   



Cerebro TDAH em descanso:



Cérebro TDAH em atividade




                                      




Cérebros TDAH em atividade:


A imagem acima à esquerda mostra um cérebro normal em descanso. Ao centro, o cérebro de um portador de TDAH também em descanso. As áreas de menor ativação (com a aparência de"buracos") indicam menor consumo de energia (menor metabolismo de glicose). Em descanso, há maior similaridade entre o cérebro TDAH e normal - em descanso, as diferenças são poucas. O problema aparece mais claramente é exigido concentração, controle da hiperatividade e esforçao mental, pela necessidade de maior ativação cognitva. Isto pode ser visto na figura da direita, indicando que portadores de TDAH enfrentam as maiores dificuldades justamente no momento em que precisam se concentrar (As imagens foram obtidas através de SPECT).


TDAH e Comportamento: O papel da história de vida e circunstâncias externas


Em paralelo a esta "base biológica", o TDAH tem também fortes componentes comportamentais. Nossa maneira de ser - tanto o funcionamento do cérebro quanto nossa personalidade, hábitos e preferências - são resultado de uma intrincada interação entre nossa carga genética e todas as experiências pelas quais passamos, desde antes mesmo do nosso nascimento. O cérebro, em si, somente se desenvolve em função destas interações, de toda a estimulação que recebe e das aprendizagens que delas decorrem. Podemos dizer, sem sobra de dúvida, que o cérebro se reconstrói literalmente ao longo da vida. A isto se chama neuroplasticidade.

A probabilidade do TDAH se manifestar ou não, bem como a intensidade dos sintomas tem relação direta com as experiências pessoais e o estilo de vida. Por exemplo, pessoas que tenham passado a infância numa família muito desorganizada, sem rotinas e hábitos regulares; que não tenham sido adequadamente supervisionadas quando crianças ao fazer as tarefas escolares ou que, quando adultos, tenham por hábito fazer muitas coisas ao mesmo tempo (multi-tarefas), provavelmente terão problemas em conseguir realizar suas atividades até o final, mantendo-se concentradas e focadas em seus objetivos. Caso alguém com esta história de vida, ao mesmo tempo, sofra também com as fragilidades biológicas do TDAH, suas dificuldades serão ainda maiores. Por outro lado, se um portador de TDAH consegue criar rotinas, desenvolver hábitos e mudar seus comportamentos, a intensidade dos sintomas será menor, eventualmente até mesmo desaparecendo.

Diagnóstico para TDAH - Como encontrar o melhor diagnóstico


O diagnóstico do TDAH - Déficit de Atenção e Hiperatividade exige bastante cuidado e experiência. Apenas com um diagnóstico preciso é possível encontrar tratamentos realmente eficazes, que levem em conta as necessidades de longo prazo, sem esquecer o que é importante no curto prazo. Estes cuidados indispensáveis quando se suspeita de TDAH, pois há vários outros problemas e transtornos que podem mimetizar (imitar) seus sintomas.

Outro aspecto que não pode ser esquecido ao fazer o diagnóstico do TDAH é a possibilidade de ocorrência de mais de um problema ao mesmo tempo - o que é chamado de comorbidade. Isto acaba tornando o processo de diagnóstico ainda mais complexo. Comorbidades precisam ser contempladas nos tratamentos, para alcançar os resultados esperado. Justamente por isto, é preciso ir além de uma simples lista de sintomas, até alcançar a uma análise extensa do caso. Veja mais sobre o processo de diagnóstico do TDAH e também o que é / como é feito um diagnóstico diferencial.


Tratamentos para TDAH - Múltiplas necessidades e frentes de ação


A abordagem mais tradicionalista do tratamento do TDAH defendia que a primeira linha de ação deveria ser medicamentosa e que qualquer outro tratamento seria apenas acessório. Esta visão já foi superada, na medida em que foi ficando cada vez mais claro que o TDAH não é apenas uma disfunção cerebral. Justamente por isto, tratamentos exclusivamente medicamentosos são insuficientes para chegar aos resultados esperados, tanto em crianças quanto em adultos. Há múltiplas abordagens de tratamento disponíveis, que podem ser usadas em combinação, para atender a necessidade específica, incluindo medicação, psicoterapia, coaching, ginástica cerebral e biofeedback, entre outras.


https://dda-deficitdeatencao.com.br/oquee/



quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O que é inclusão escolar?




Inclusão escolar é acolher todas as pessoas, sem exceção, no sistema de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas. O termo é associado mais comumente à inclusão educacional de pessoas com deficiência física e mental.

Recusar-se a ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (NEE) é crime: todas as instituições devem oferecer atendimento especializado, chamado de Educação Especial. No entanto, o termo não deve ser confundido com escolarização especial, que atende os portadores de deficiência em uma sala de aula ou escola separada, apenas formadas de crianças com NEE. Isso também é ilegal.

O artigo 208 da Constituição brasileira especifica que é dever do Estado garantir "atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino", condição que também consta no artigo 54 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

A legislação também obriga as escolas a terem professores de ensino regular preparados para ajudar alunos com necessidades especiais a se integrarem nas classes comuns. Ou seja, uma criança portadora de deficiência não deve ter de procurar uma escola especializada. Ela tem direito a cursar instituições comuns, e é dever dos professores elaborar e aplicar atividades que levem em conta as necessidades específicas dela.

No caso da alfabetização para cegos, por exemplo, o aluno tem direito a usar materiais adaptados ao letramento especial, como livros didáticos transcritos em braille para escrever durante as aulas. De acordo com o decreto 6.571, de 17 de setembro de 2008, o Estado deve oferecer apoio técnico e financeiro para que o atendimento especializado esteja presente em toda a rede pública de ensino. Mas o gestor da escola e as Secretarias de Educação e administração é que precisam requerer os recursos para isso.

Às vezes o atendimento escolar especial (AEE) deve ser feito com um profissional auxiliar, em caso de paralisia cerebral, por exemplo. Esse profissional auxilia na execução das atividades, na alimentação e na higiene pessoal. O professor e o responsável pelo AEE devem coordenar o trabalho e planejar as atividades. O auxiliar não foge do tema da aula, que é comum a todos os alunos, mas o adapta da melhor forma possível para que o aluno consiga acompanhar o resto da classe.

Mas a preparação da escola não deve ser apenas dentro da sala de aula: alunos com deficiência física necessitam de espaços modificados, como rampas, elevadores (se necessário), corrimões e banheiros adaptados. Engrossadores de lápis, apoio para braços, tesouras especiais e quadros magnéticos são algumas tecnologias assistivas que podem ajudar o desempenho das crianças e jovens com dificuldades motoras.


https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/o-que-e-inclusao-escolar/71911#

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Sindrome Down e Integração Sensorial






O uso da abordagem de Integração Sensorial pode beneficiar os processos de desenvolvimento de crianças com Down e contribuir de forma positiva com o tratamento médico e multidisciplinar, pois elas enfrentam, em sua maioria, problemas no processamento de estímulos sensoriais: vestibular, proprioceptivo, tátil, visual e auditivo.

A alteração do processamento nestes sistemas pode interferir de forma significativa na atenção, aprendizagem escolar e no desenvolvimento de habilidades motoras. A presença de hipotonia, hipermobilidade articular e comportamentos como a distração excessiva aos estímulos do ambiente e impulsividade são característicos dessas crianças. Indicam dificuldade no registro e modulação sensorial do processamento de informações vestibular, proprioceptiva, tátil e diante disso, justifica a necessidade da intervenção em Integração Sensorial.

Observa-se em crianças com este diagnóstico, comportamentos que assinalam o mau processamento vestibular e proprioceptivo, como por exemplo,  hipotonia, dificuldade na extensão do corpo e da cabeça contra a gravidade, controle postural, atrasos nas respostas posturais automáticas, tendência a buscar certos movimentos. Há dificuldade em sentir a posição do corpo no espaço e movimentar-se; atraso no desenvolvimento do feedback proprioceptivo e em geral, estas crianças apresentam movimentos mais bruscos, segmentados e com comportamento desajeitado. Muitas vezes apresentam dificuldade em perceber saciedade ou dor.

Para o sistema tátil, há evidência de problemas como a hiporrensponsividade, alteração na discriminação dos inputs táteis e da integração deles com os demais sistemas sensoriais. Dificuldade no desenvolvimento da percepção tátil o que implica numa baixa exploração dos objetos nos primeiras anos de vida, déficit na estereognosia e reconhecimento de formas. A importante lacuna nas experiências perceptuais contribuem nas dificuldades de aprendizagem e no atraso da aquisição de habilidades motoras, como por exemplo, padrões pobres de preensão e das habilidades funcionais das mãos.

Crianças com Síndrome de Down apresentam evidências no atraso do desenvolvimento da coordenação motora grossa e fina e a teoria da Integração Sensorial pode ajudar a explicar certos comportamentos e atrasos. As dificuldades que estas crianças enfrentam ao mover o corpo no espaço e processar informações sensoriais contribuem de forma negativa no desenvolvimento da ideação, planejamento e execução motora, implicando assim, numa baixa capacidade em organizar respostas motoras eficientes.

A terapia de Integração Sensorial pode beneficiar crianças com Síndrome de Down através de uma abordagem que prioriza o uso dos sistemas sensoriais de forma integrada com experiências vestibulares, proprioceptivas e tátil ao propor atividades funcionais que trabalham registro e discriminação tátil, movimentos que coordenam o corpo contra a gravidade, favorece integração bilateral, movimentos recíprocos, ideação e planejamento motor.

Além de trabalhar com habilidades motoras, as atividades na integração sensorial visam a auto regulação e modulação do nível de alerta ótimo. Esta abordagem utiliza um ambiente desafiador e seguro, com intuito de promover grande variedade de atividades que aumentam o repertório de interação e o processamento das informações sensoriais entre o corpo e o ambiente.

Fonte :http://www.integracaosensorialbrasil.blogspot.com.br/search/label
Fonte:http://topediatrica.blogspot.com.br/


http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com.br/

sábado, 3 de junho de 2017

UNIVERSO DE UM tdah


R.D.S, empresário, 38 anos - o erro de sempre querer agradar os outros.


Desde os tempos da pré-escola, sempre tive como meta ser o melhor aluno da sala.
Tudo que eu fazia tinha que ser melhor que os outros. Por isso, me lembro de que eu não era uma criança normal. Não brincava. Ao invés disso, passava horas e horas estudando.
Certa vez, um fato inusitado aconteceu. Diferente de todos os pais com filhos na escola, meu pai pediu para que eu estudasse menos e brincasse mais.
Claro que o resultado disso eram notas perfeitas. Era sempre o melhor aluno da sala de aula.
Sempre escondi de todos que eu estudava tanto assim. Tinha vergonha de dizer que saía da sala de aula sem entender quase nada. Durante as explicações dos professores, sem querer eu viajava. E pra bem longe. Vivia "no mundo da lua". Não conseguia me concentrar. E quando conseguia entender a matéria, logo a esquecia. Por isso, a necessidade de estudar. Mas tinha que estudar muito e sempre na véspera das provas, pois em poucos dias eu esquecia toda a matéria.
Toda a minha vida acadêmica foi assim. Estudando, aprendendo e esquecendo.
Além da minha vida acadêmica, tive problemas também na vida profissional e na vida social. Na vida profissional, me esforçava muito para manter a concentração. Lia e relia textos diversas vezes para entender.
Qualquer fato externo me dispersava. Quando me passavam uma tarefa eu viajava mas fingia que entendia e depois levava muito tempo até decifrar o que haviam me pedido.
Adquiri algumas técnicas para evitar meu esquecimento. Algumas viraram até manias. Por exemplo, quando eu chegava em casa, abria a internet e visitava alguns sites de notícias de acordo com a sequência que eu tinha criado na cabeça. E virei escravo dela. Podia chegar de madrugada do trabalho, mas eu tinha que ligar o computador e ver a sequência dos sites. Mesmo cansado e com sono, aquilo pra mim era uma obrigação.
Ao lado de família e amigos, esquecia datas e momentos marcantes. Por isso, muitas vezes me julgavam como uma pessoa que "não se importava com ninguém".
Como meu esquecimento a falta de atenção e de concentração estavam prejudicando inclusive minha vida social, fui atrás de respostas para entender o que se passava comigo.
Nas buscas pela internet, li um depoimento de uma pessoa que sofria de TDAH. Parecia que eu estava lendo a história da minha própria vida. A pessoa citava um trabalho que deveria fazer no começo do dia, mas tudo a dispersava. No final do dia, ela tinha feito um monte de coisas pela metade e não tinha terminado aquela principal atividade da manhã.
Pesquisei melhor sobre o assunto, li mais artigos e depoimentos e queria começar um tratamento na melhor especialista na área. Foi quando eu conheci a Dra. Cleide, que confirmou minha suspeita de ter TDAH.
Realizar a terapia foi a melhor atitude que eu tive em minha vida. Descobri o quanto eu era negativo. O fato de querer sempre agradar os outros só me prejudicava. Diante de algum fracasso, minha baixa-estima era visível. Em tudo na minha vida, eu tinha que ser sempre o melhor. Eu era onipotente. Eu não era humilde.
Mas como assim eu não era humilde? Pelo contrário, eu me sentia um fracassado!
A terapia me mostrou que sim, que eu não era humilde. Por que a ambição de ser perfeito? Na escola e no trabalho, sempre quis ser o melhor também. Pra quê? Pra agradar os outros? Infeliz pela felicidade dos outros? Isso me deixou acomodado no trabalho, pois o fato de eu ser o melhor me deixava em uma posição cômoda, sem ser desafiado e sem perspectiva de crescimento. Por isso, ganhava mais tarefas e isso me revoltava cada vez mais. O erro é que eu “não reconhecia e não usava meu potencial”.
Claro, na minha cabeça, o importante era agradar os outros.
Após as terapias, enxerguei coisas que eu não enxergava. Hoje, eu me amo mais, me valorizo mais e sou uma pessoa mais positiva.
Além da terapia, tomo diariamente um estimulante, que me mantém mais concentrado. Noto claramente os benefícios. Antes, era um sacrifício manter a atenção em uma conversa. Sob efeito da medicação, é mais fácil.
Portanto, o primeiro passo foi reconhecer meus erros e perceber que minha vida precisava mudar.
Vale a pena correr riscos. Vale a pena o desafio!

http://www.universotdah.com.br/erro-sempre-querer-agradar-outros.html

quinta-feira, 27 de abril de 2017

tdah/dda em crianças/adolescentes



O TDAH (DDA) não é um distúrbio passageiro, temporário, a ser superado, uma vez que é neurobiológico e não o resultado de falta de disciplina ou de controle dos pais, assim como não é falta de força de vontade ou de caráter da criança ou do adolescente como erroneamente muitos adultos pensam ser. A recuperação acontece em cerca apenas 30% dos casos.

Algumas crianças com TDAH (DDA) já são difíceis de serem cuidadas antes mesmo dos 3 anos de idade por serem muito ativas, irritáveis, temperamentais, autoritárias, podendo ainda ter distúrbio de sono e/ou alimentar.

Outras crianças com TDAH (DDA) não diferem das demais e só são avaliadas e diagnosticadas após o ingresso no período escolar ao apresentar prejuízo no aprendizado e/ou nos relacionamentos com colegas, professores ou pais. Isso porque os 3 sintomas mais marcantes do TDAH (DDA) – a distração, a impulsividade e a grande atividade, num grau mais leve, são comuns nas crianças em geral, daí muitas ficarem sem diagnóstico. Também as do Tipo Desatento podem passar despercebidas nos primeiros anos de vida.




Além de distraídos, a criança ou adolescente com TDAH (DDA) tem enorme dificuldade em sustentar a atenção durante muito tempo numa mesma tarefa, sem interrompê-la por inúmeras vezes.

Porém. quando motivados ou desafiados por situações inovadoras (televisão, vídeo-game, salas de bate-papo, etc...), eles têm um poder de hiperconcentração, nem se dando conta do que acontece à sua volta.

Os hiperativos/impulsivos, são incapazes de planejar, selecionar com antecedência, para depois executar algo. Eles não conseguem controlar, inibir seus impulsos: dificilmente ficam quietos num lugar por muito tempo, podem ser muito falantes, falar sem pensar, sendo muitas vezes inconvenientes, interromper a fala dos outros, jogos, responder a questões antes de serem totalmente formuladas, comer muito, comprar muito, etc.

Essa falta de autocontrole pode ser o terror de muitos pais e/ou professores, que sentem-se incapazes de colocar limites caso não conheçam o transtorno e como lidar com ele.

Geralmente são desorganizados com seu material escolar, sua mochila, sua mesa, gavetas e principalmente com o planejamento de suas tarefas, estudos, empurrando-os sempre para a última hora (isso quando não deixam de fazê-los). Estão sempre atrasados, lutando contra o tempo.

Problemas de memória são freqüentes: esquecem nomes, datas de trabalhos, provas, perdem ou esquecem objetos com facilidade. Como conseqüência vem a preocupação e ansiedade crônicas, por não se sentirem confiáveis.

Também têm muita dificuldade em notar, interpretar dicas e regras sociais: sempre querem fazer tudo "do seu jeito, no seu tempo". Isso explica muitas vezes a dificuldade de viver adequadamente em sociedade, seus desencontros nos relacionamentos sociais e pessoais.

A criança ou adolescente com TDAH (DDA) não sabe lidar com fracasso, frustração. Estão sempre ansiosos, sentem-se incompreendidos e irritam-se com facilidade.

Com a auto-estima fragilizada por tantos rótulos negativos já recebidos, com freqüência "chutam o pau da barraca", por serem super reativos e por acharem que já não têm muito a perder.

O transtorno gera uma real incapacidade na criança ou no adolescente de controlar sua própria vontade ou comportamento, relacionando-os com a passagem do tempo: muitos são incapazes de ter em mente futuros objetivos e/ou medir as conseqüências negativas de seus atos impulsivos a longo prazo.

O TDAH (DDA) erroneamente, muitas vezes é apresentado como distúrbio de aprendizagem, mas na verdade é um distúrbio de realização.

Crianças ou adolescentes com TDAH (DDA) sentem-se muito melhor quando após serem diagnosticadas, fazem um tratamento focado, onde os seus problemas e dificuldades são trabalhados e suas qualidades são realçadas e alimentadas, visando sempre a melhoria de sua auto-estima, nunca esquecendo dos limites a serem respeitados. Afinal, geralmente são inteligentes, sensíveis, curiosos, criativos, atrevidos, inventivos, com muita energia, espontaneidade, etc., com necessidade de uma "condução" adequada.


http://www.universotdah.com.br/introducao-crianca.html

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Projeto prevê tratamento de dislexia e TDAH para estudantes



Proposta também prevê oferta de cursos específicos para professores sobre o diagnóstico e o tratamento dessas disfunções.






Tramita na Câmara o Projeto de Lei 7081/10, do senador Gerson Camata (PMDB-ES), que obriga o poder público a manter programa de diagnóstico e tratamento de dislexia e de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) para estudantes do ensino básico.
Conforme o projeto, as escolas devem assegurar às crianças com esses distúrbios o acesso aos recursos didáticos adequados ao desenvolvimento da aprendizagem. A proposta prevê também que os sistemas de ensino deverão oferecer aos professores cursos específicos sobre o diagnóstico e o tratamento dessas disfunções.
O diagnóstico e o tratamento devem ocorrer por meio de equipe multidisciplinar, da qual participarão, entre outros, educadores, psicólogos, psicopedagogos, médicos e fonoaudiólogos.
Camata afirma que a criança com dislexia, devido às suas dificuldades de acompanhar o processo de aprendizagem dos demais alunos, tende a sentir-se frustrada e, pelo menos uma parte delas, pode desenvolver problemas emocionais e comportamentos antissociais, como excessiva agressividade ou retraimento. Daí a importância do diagnóstico ("muitas vezes difícil e demorado") e do tratamento.
Tramitação
O projeto, que tramita em regime de prioridadeDispensa das exigências regimentais para que determinada proposição seja incluída na Ordem do Dia da sessão seguinte, logo após as que tramitam em regime de urgência e em caráter conclusivoRito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: - se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); - se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário., será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Reportagem: Luiz Claudio Pinheiro
Edição: Murilo Souza/28/04/2010 1

Fonte:http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/147140-PROJETO-PREVE-TRATAMENTO-DE-DISLEXIA-E-TDAH-PARA-ESTUDANTES.html

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A Criança com TDAH e a Escola.








Notas baixas, problemas de comportamento e dificuldade de adaptação ao ambiente escolar são problemas recorrentes das crianças portadoras do TDAH

Por Rafael Alves Pereira

Dificuldade de prestar atenção na aula, distrair-se facilmente e ficar com a mente vagando pelo "mundo da lua" quando o professor está falando. Pouca paciência para estudar e fazer os deveres, agitação, inquietude e uma capacidade incrível de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo. E quase nenhuma delas associada à aula. Estas são algumas características de alunos que apresentam o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, conhecido como TDAH. O problema atinge um grande número de crianças e adolescentes, que vêem o seu desempenho acadêmico prejudicado pela doença e muitas vezes sequer sabem que são portadores.

Professores das primeiras séries do ensino fundamental vez por outra estão às voltas com um ou outro aluno que não pára quieto um instante, se movimenta o tempo todo, não dá a mínima para o que está sendo ensinado e ainda fica incomodando os coleguinhas. O destino do bagunceiro é quase sempre a sala da diretoria, onde uma bela bronca o espera. Esse é um comportamento típico dos meninos portadores do transtorno, que neles tem o predomínio de sintomas de hiperatividade. Já entre as meninas, a situação mais comum é a daquela aluna comportada, quieta, que não participa das aulas (mas também não incomoda) e que está sempre distraída. Qualquer coisa é capaz de desviar sua atenção. A aula e o professor vão para o fim da lista de prioridades enquanto a mocinha se atém a ficar folheando o seu caderno, rabiscando na carteira e criando joguinhos com o estojo e as canetas. Tanto no caso das meninas distraídas quando no dos garotos bagunceiros, o resultado pode ser um aproveitamento acadêmico nada satisfatório no final do semestre e a frustrante sensação de não conseguir acompanhar os progressos do restante da turma.

Uma das principais dificuldades dos alunos portadores de TDAH são os problemas de comportamento no ambiente escolar, que se manifestam pela dificuldade de obedecer a um código disciplinar rígido e pela agitação na sala de aula.

Fui chamada para conversar com a diretora da escola do meu filho diversas vezes ao longo do ano. Os professores se queixavam de que ele não parava quieto um minuto, tirava a tenção dos coleguinhas e que atrapalhava a aula - conta a secretária Maria Helena Araújo, mãe de Lucas, de 8 anos. Certa vez uma pedagoga escolar chegou a insinuar que um ambiente familiar desregrado poderia ser o problema do menino - Ela disse na minha cara que atitudes assim são típicas de crianças que não recebem boa educação dos pais.

Professores despreparados

O episódio protagonizado por Maria Helena é bastante comum e se repete com freqüência em escolas de todo o país. Raramente os profissionais encarregados da orientação escolar de uma escola estão preparados para lidar com uma criança portadora do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade.

Os professores estão sobrecarregados e não conseguem lidar com o assunto. Eles lidam com uma série de alunos com problemas e não podem se dedicar aos alunos com TDAH - destaca o psiquiatra Ênio Andrade, que coordena o Ambulatório de TDAH infantil do Instituto de Psiquiatria que funciona no Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele pondera que diante de uma turma que não raramente chega a 30 alunos, é difícil um professor conseguir dar atenção individualizada e conseguir acompanhar de perto as suas dificuldades de cada um. No stress do dia-a-dia, mandar o desordeiro para o corredor acaba sendo a maneira mais fácil de restabelecer a ordem na turma.

O aluno passa ser visto como desleixado, preguiçoso e indolente. Na verdade, estas são limitações impostas pela doença, que se não for corretamente diagnosticada e tratada, atrapalha tanto a vida dos pais quando dos filhos. Reuniões com a direção são freqüentes e, não raro, acompanhadas de um convite para trocar de instituição de ensino.

As crianças portadoras de TDAH não se adaptam bem a instituições de ensino muito tradicionais e que tenham um código disciplinar muito rígido. Nestas escolas, castigos e suspensões por problemas disciplinares são recorrentes - explica a psiquiatra Vanessa Ayrão, pesquisadora do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Tolerância zero

Esse foi o drama vivido pela advogada Márcia Guimarães. Decidida a oferecer ao filho Gustavo, hoje com 10 anos, uma educação de primeira linha, não hesitou em matriculá-lo em uma tradicional e cara escola do Rio de Janeiro. Em pouco tempo os problemas começaram a aparecer. Primeiro foram as repreensões leves, depois alguns castigos, seguidas reclamações dos professores e por fim uma reunião com o diretor.

Eles foram implacáveis. No meio do ano me chamaram na escola e disseram que o meu filho não tinha o perfil para seguir seus estudos naquela instituição. Eu ponderei e pedi que o deixassem ao menos terminar o ano, mas não consegui. O diretor afirmou que já havia dado diversas chances e que o comportamento do Gustavo estava comprometendo o andamento de toda a turma. Não tive escolha.

Preocupada com a boa formação do filho, procurou uma instituição com o mesmo perfil da anterior. O resultado foi igualmente ruim.

Os mesmos problemas se repetiram e no final do ano fui avisada de que a matrícula dele não poderia ser renovada. Comecei a ficar desesperada e não sabia o que fazer. Aos 7 anos de idade o meu filho já tinha sido expulso de duas escolas. Foi quando o meu marido leu uma reportagem sobre crianças hiperativas em um jornal e decidimos levá-lo ao psiquiatra - lembra Márcia. Ela diz que, ao chegar ao consultório, o médico não demorou mais que alguns segundos para dar o diagnóstico.

Na primeira consulta, o meu filho só faltou subir na estante do médico - brinca mãe, que depois escolheu para o filho um colégio com uma política educacional mais flexível e, seguindo recomendação do psiquiatra, antes de a escola mandar a primeira reclamação, ela mesma foi conversar com a orientadora educacional. Munida de reportagens, livros, folhetos explicativos e muita paciência, contou toda a história e falou sobre a doença.

A escola foi super receptiva. Talvez pelo fato de eu tê-los procurado antes de qualquer reclamação, os professores se mostraram mais tolerantes e atenciosos. Mas não pude deixar de me surpreender com o fato de eles não terem a menor idéia sobre o que é o TDAH.

Escolas públicas: situação ainda mais grave

O médico Ênio Andrade faz coro e reforça o que a mãe de Gustavo descobriu na prática.

As escolas não estão preparadas e ainda tem muito o que aprender. E se em famílias com recursos e que podem recorrer a escolas particulares os pais e as crianças encontram problemas, imagine nas escolas públicas. Com a política da progressão continuada (em que o aluno passa de ano automaticamente, mesmo que o aprendizado não tenha sido satisfatório), muitas crianças só descobrem que tem o problema quando chegam a quinta-série e sequer sabem ler - explica o médico.

No núcleo de psiquiatria do Hospital da Clínicas recebo muitos pacientes de escolas públicas assim. As meninas são muito prejudicadas. Elas são quietinhas, distraídas, e não incomodam como os garotos. Os pais, pouco escolarizados e sem recursos, só desconfiam que há algo errado quando a filha vai fazer a prova para a quinta-série e o resultado é desastroso - completa Ênio.

O diagnóstico do TDAH é menos comum nas meninas. O que normalmente faz a família procurar um médico são os problemas com a agitação e a inquietação típica dos rapazes. Estima-se que dois terços dos pacientes diagnósticas sejam homens e apenas um terço de mulheres. Mas se as meninas não tem a mesma capacidade de alvoroçar a turma e tirar os professores do sério, as dificuldades de aprendizado são as mesmas.

Falta de atenção e impulsividade

Como o próprio nome já diz, uma das maiores queixas dos pacientes que sofrem de TDAH é a dificuldade de prestar atenção, de se concentrar e conseguir direcionar o raciocínio. Para agravar o quadro, as crianças com TDAH costumam ser muito criativas. Como resultado dessa combinação de fatores, os pacientes têm uma incrível capacidade de pensar em várias coisas ao mesmo tempo e, conseqüentemente, de se distrair. Parecem estar prestando atenção em outra coisa quando o professor fala com elas. Somada a isso está a dificuldade de acompanhar atividades monótonas: prestar atenção do início ao fim a uma aula pouco empolgante é praticamente impossível. O aluno fica inquieto e trata logo de procurar alguma atividade para se ocupar: conversar com o amigo ao lado, mexer na mochila ou ficar passando as folhas do livro. Para o professor fica a impressão de que o aluno é desinteressado e que não presta atenção na aula por pura falta de vontade.

Os médicos explicam que é importante diferenciar "dificuldades em se adaptar a um sistema educacional" de "impossibilidade de aprendizagem". As crianças com TDAH apresentam inteligência e capacidade de aprendizado idênticas a de uma criança normal e são bastante criativas, mas é preciso lhes dar chance para se desenvolver e observar as suas deficiências.

Por causa da desatenção, é comum a criança portadora não se concentrar na aula e não acompanhar a explicação dos professores. Elas perdem a matéria e não aprendem tanto quanto poderiam. Na hora das provas a desatenção é ainda mais cruel: o aluno comete erros tolos porque não leu corretamente o enunciado e não se preocupou muito com a resposta. Vale lembrar que a impulsividade e a falta de paciência são outras características típicas de quem tem TDAH. Nestes casos, nada mais natural que ler somente metade da pergunta e já responder. O aluno pode até conhecer o assunto e saber a matéria, mas não consegue bom rendimento nas provas e exames.

O tratamento traz melhoras significativas

Eu não conseguia entender notas baixas da minha filha. Um dia antes do exame eu repassava a matéria toda com ela e não havia um assunto que ela não soubesse. Quando ela chegava com a prova em casa, eu via que ela tinha errado questões cuja resposta eu tinha certeza que ela sabia - relata o arquiteto Henrique Maciel. Coube à sua própria filha fazer o seu autodiagnóstico.

Eu li numa dessas revistas semanais uma matéria sobre crianças e adolescentes com TDAH. Eu na época tinha 15 anos e, ao ler a história de alguns pacientes e os comentários dos médicos, me identifiquei totalmente - conta Gabriela, que hoje está com 18 anos e já consegue lidar melhor com os problemas do TDAH - estou no segundo período da faculdade e estou achando estudar agora muito mais fácil do que antes. A minha vida mudou nestes três anos de tratamento.

Os médicos relatam que após iniciar o tratamento, maioria das crianças apresenta melhora significativa no comportamento na capacidade de aprendizado. Em pouco tempo elas já prestam mais atenção à aula, conseguem se concentrar melhor e já não relutam tanto em realizar tarefas monótonas e repetitivas. Com melhoria da atenção, o rendimento escolar e as notas apresentam mudanças que podem ser surpreendentes. O aluno desleixado, preguiçoso e pouco esforçado, de uma hora para outra, pode finalmente encontrar espaço para desenvolver seu potencial e mostrar que, contornando as deficiências impostas pelo TDAH, tem um rendimento compatível ao de qualquer um.

A auto-estima e gosto pelos estudos chegam a apresentar uma positiva reversão. Um aluno que não consegue prestar atenção às aulas, é sempre repreendido pelo professor (seja por estar distraído , seja por ficar falando a aula inteira) e por mas que estude não tira boas notas, dificilmente vai ter a escola ocupando posição de destaque no seu ranking de favoritos. Os pais se queixam que os filhos não gostam de estudar, não dão valor à escola e que são muito relapsos. Mas como gostar de uma coisa na qual, por mais que nos esforcemos, não conseguimos ser bem sucedidos? Quando os primeiros resultados após o início do tratamento começam a aparecer, a criança passa a se interessar mais pela escola e a relação com os amigos também muda. Afinal, aquele garoto agitado e pavio-curto, que fala sem pensar e não se preocupa muito com o que vai dizer aos outros dá lugar a um outro mais tolerante, atento e consciente de si mesmo. Os professores, os companheiros de sala e o histórico escolar agradecem.

Rafael Alves Pereira é jornalista formado pela PUC-Rio e trabalha atualmente na Rádio CBN. Ele escreve para a ABDA reportagens quinzenais, que trazem depoimentos de médicos e pacientes e têm o objetivo de oferecer mais informações sobre o TDAH para quem convive com o problema e para o público em geral. São abordados assuntos como o cotidiano do portador de TDAH, avanços médicos na área e o tratamento dos pacientes.

rafa_alves@hotmail.com



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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

TDAH, DEFENDA-SE!





No auge de uma discussão um marido ou esposa TDAH pode estar pensando em outra coisa completamente diferente. Quem sabe naquela ruga que surgiu no lábio superior do cônjuge que grita à sua frente. Ou simplesmente no jogo de futebol que está deixando de assistir; ou ainda se lembra de que deveria ter comprado filtro solar,  com esse sol escaldante que anda fazendo...
Horas depois, se perguntado sobre respostas que deu naquele momento, sobre afirmações feitas enquanto pensava em outra coisa,  o TDAH vai negar veementemente. Não aceitará jamais ter dito isso ou aquilo. Mas disse!  O cônjuge se lembrará de detalhes: de como estava sentado, os gestos que fez,  as palavras que usou. O TDAH vai negar! Vai negar peremptoriamente. Mas estará errado!
Ou não...
Imaginemos a situação oposta: O TDAH convivendo com um cônjuge manipulador, vingativo e com ótima memória.
Quem garantirá que essa cena realmente existiu? O cônjuge manipulador, que já conhece bem seu/sua TDAH, manipulará sua péssima memória (ou a absoluta ausência dela,  em alguns momentos) e lhe inculcará culpa, remorso e dor. E extrairá enormes ganhos com isso.
Poderá obter obediência, submissão, colaboração...
TDAHs não são fáceis de se conviver; podem ser inconstantes, irritadiços; temperamentais; indiferentes, desligados,  desmemoriados, e muitos outros defeitos que podem lhes ser imputados.
Mas podem também ser presas fáceis de cônjuges manipuladores.
Portanto, comecem a prestar atenção ao cônjuge. Se ao fim de cada discussão for forçado a capitular, e se ao fim de cada capitulação tiver de pagar um preço ao seu cônjuge; seja em obediência, em submissão ou em perda de liberdade; cuidado você pode estar sendo manipulado!
Nós, os TDAHs podemos estar errados; mas precisamos estar atentos. Não somos vilões, somos vítimas. Vítimas de uma doença que poderia cegar-nos, fazer-nos surdos ou diabéticos; mas nos fez desatentos, titubeantes, impulsivos,  mas também intensos, carinhosos, apaixonados e apaixonantes. Não merecemos ser manipulados por pessoas sem escrúpulos, que usam sua boa memória para nos encher de culpa e obter vantagens de nosso transtorno.






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