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domingo, 8 de abril de 2012

Comorbidades - o rabo do gato!

 


Gosto de pensar nas comorbidades assim, como o rabo de um gato. Até existe gato sem rabo, né? Mas é raro.

TDAH sem comorbidade é mais ou menos assim, raro demais.

Posso falar com mais propriedade das minhas comorbidades, mas sei que existem muitas e todas elas sugerem aquela velha charada: quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?

Quem causa o que: as comorbidades aumentam os sintomas do TDAH ou o contrário?

Bom, venho de uma geração em que todos fomos podados pelos nossos pais e avós de maneira explícita. Não cooperava, apanhava e ponto.
É claro que os seres abençoados pelo TDAH encontram uma forma de se manifestar de qualquer jeito, mas imagino que seja aí que surgem as comorbidades, ou pelo menos algumas delas.

Outras já fazem parte do recurso mais simples usado pelo cérebro pra se adequar.
As síndromes entram um pouco aí, como recurso último usado pelo corpo pra manter a casa em ordem.

O que mais incomoda os TDAHs adulto são as comorbidades, ou pelo menos são elas que levam quase todos aos consultórios médicos atrás de uma solução para o seu caso.

Comigo foi assim. Durante anos percorri vários consultórios em busca de uma resposta pra enorme quantidade de problemas mentais que me atormentavam, mas a resposta correta só veio no ano passado.

Na década de 90 fui diagnosticada como maníaca depressiva, no início de 2000, recebi o diagnóstico de portadora de TOC e claustrofobia aguda também. Muita medicação incorreta depois, passaram-se quase 10 anos. E tudo só piorou.

No ínico do ano passado já num saia de casa graças a uma Síndrome do Pânico animal que quase me derrubou total. Parei de trabalhar, de dirigir, desenvolvi uma Fobia Social horrível, num conseguia mais escrever em público, atender telefone, suava o dia inteiro e quase num conseguia dormir.

Meu diagnóstico foi o seguinte:
Depressão Crônica (epa, nunca fui triste?!!)
Claustrofobia Aguda
Síndrome do Pânico
Fobia Social Avançada
TOC (transtorno obsessivo compulsivo)
TAG (transtorno de ansiedade generalizada)
Bipolaridade Leve

Gente, num é brincadeira não, ouvi isso tudo de médicos por meses.
A medicação fazia um excelente efeito, mas era só mudar a dose e tudo se complicava novamente.

Foi aí que passei numa consulta com um médico muito especial que, antenado com diagnósticos mais novos e modernos, sugeriu que talvez eu tivesse uma única causa pra tudo isso, o TDAH Adulto.

Fui encaminhada para uma Neurologista especializada que revirou minha vida atrás de respostas, me pediu exames que afastassem qualquer outra possibilidade e em pouco tempo estava medicada e realmente melhorando um pouco a cada dia.

Foi como acertar, pela primeira vez um tiro no alvo. As comorbidades ainda são tratadas, mas quase nunca tenho crises. Minha vida voltou ao normal, voltei a produzir, sair, dirigir tudo com a mesma alegria que tinha quando era criança, coisa que nem lembrava mais o que era.

Os sintomas do TDAH amenizaram um pouco, mas sei que o remédio não cura, ele é um paliativo pro dia a dia. Tenho que aprender a conviver com minhas limitações, me reeducar na medida do possível e entender essa máquina louca que carrego em cima do pescoço.

Descobri que minha criatividade é meu motor de combustão, que sem adrenalina eu não fico bem, mas que existem várias formas de me sentir bem sem fugir dos limites e padrões.

Os desafios estão ai para serem vencidos e tudo depende de nossa vontade e disciplina para superar as limitações iniciais ou desencanar dos objetivos que não nos caem bem.