
Gafes em série
Bastante paciência e jogo de cintura são essenciais para quem é parceiro de um portador de TDAH. Paciência para conviver diariamente com os esquecimentos e com a desatenção. E jogo de cintura para conseguir contornar as situações delicadas e constrangedoras que podem eventualmente ocorrer. Na verdade, que podem ocorrer com certa freqüência. A impulsividade é um dos sintomas mais visíveis no TDAH. O portador freqüentemente age por impulso e não costuma ponderar muito sobre suas atitudes, falando o que vem à cabeça. A combinação de falta de atenção, lapsos de memória e mais o ímpeto de não ter papas na língua pode fazer do portador um especialista em cometer gafes em série.
- O Eduardo às vezes solta umas frases no meio de uma conversa que me deixam morta de vergonha. Ele é muito impulsivo e, para os outros, chega a dar a impressão de que não tem muita noção dos limites e convenções sociais. Mas a verdade é que ele em geral se arrepende do que falou imediatamente – conta a jornalista Sílvia de Andrade, do Rio de Janeiro, acrescentando que nos 3 anos e meio de relação já se tornou campeã em sair de saias-justas causados pelo TDAH do marido.
- Logo que nos casamos, a irmã do Eduardo nos deu um quadro de presente para a nossa casa nova. E ele, sem nenhum traquejo ou cerimônia, disse na cara dela que não tinha gostado do quadro, que achou feio. A pobrezinha ficou com uma cara de taxo.
Sílvia diz que acontecimentos como esse são relativamente freqüentes, mas que em certa medida já aprendeu a conviver com isso.
- Mas não vou dizer que é fácil por que não é. A pessoa tem que ter muita paciência e capacidade de compreensão. De vez em quando é difícil. E tenho que tentar entender e resolver o problema, por mais irritada que eu esteja.
O doutor Romano avisa que o cônjuge precisa conhecer o TDAH e saber o que é a doença. Ele sempre recomenda que o marido ou a esposa leia sobre o assunto, que busque informações para compreender melhor como funciona o cérebro de uma pessoa que tem TDAH. O parceiro tem que saber que o transtorna faz com que a pessoa tenha uma consciência de si própria bastante precária. Romano comenta, bem humorado, que costuma dizer que a pessoa é “tão distraída que não percebe que é distraída”
Fonte do texto
http://www.tdah.org.br/reportagem0
e autor:
Por Rafael Alves Pereira*
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